Brasil, 16 de julho de 2025
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Indústria brasileira aposta na diplomacia antes de retaliação às tarifas dos EUA

Setor produtivo defende negociação com Washington e pede adiamento de 90 dias na aplicação da tarifa de 50%

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou nesta quinta-feira (15) que é fundamental esgotar as possibilidades de negociação com os Estados Unidos antes de adotar medidas de retaliação às tarifas de 50% impostas por Donald Trump às exportações brasileiras ao país.

Diálogo como estratégia principal contra tarifas de 50%

Durante reunião virtual com presidentes de federações industriais, Alban reforçou que a prioridade deve ser a diplomacia. “Antes de retaliar, é preciso esgotar toda e qualquer possibilidade de negociação”, destacou, evidenciando o consenso do setor na busca por uma solução pacífica.

Reunião com ministros e representantes do setor produtivo

Ricardo Alban participou de encontro com autoridades do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e contou com a presença dos ministros Geraldo Alckmin, Rui Costa, Fernando Haddad, Simone Tebet e Silvio Costa Filho. O objetivo foi alinhar a estratégia do Brasil frente às medidas da Casa Branca.

O dirigente também pediu a interlocução junto aos EUA para obter uma extensão de 90 dias na entrada em vigor da tarifa, permitindo ao Brasil maior tempo de negociação. “Estamos falando aqui só de perde-perde. Não há ganhos, apenas prejuízos para a indústria, economia e sociedade”, alertou Alban.

Impactos e estratégias de defesa da indústria brasileira

Segundo estimativas da indústria, a medida pode fazer perder pelo menos 110 mil postos de trabalho e causar forte impacto no Produto Interno Bruto (PIB). Alban reforçou que o país precisa evitar esse cenário, que atacaria toda a cadeia produtiva.

O ministro Geraldo Alckmin destacou que o governo promoverá esforços para reverter as tarifas, consideradas “completamente inadequadas”. Ele lembrou que o superávit na relação comercial com os EUA se mantém há 15 anos e que a tarifa média dos produtos norte-americanos enviados ao Brasil é de apenas 2,7%, reforçando a importância da relação bilateral.

Conexões econômicas e a importância do diálogo

Alckmin ressaltou a complementariedade econômica entre Brasil e Estados Unidos, observando que a medida também encarece produtos norte-americanos e prejudica a relação financeira entre os países. “É importante mostrarmos aos nossos parceiros que essa tarifa também prejudica eles”, afirmou.

Participaram da reunião nomes relevantes do setor industrial, como Josué Gomes da Silva (FIESP), José Velloso (Abimaq), Janaína Donas (Abal), Fernando Pimentel (Abit), Haroldo Ferreira (Abicalçados), Rafael Lucchesi (Tupy) e Francisco Gomes (Embraer), entre outros.

Perspectivas para o futuro próximo

Diante do cenário, a expectativa do setor é que o governo consiga uma resposta diplomática eficaz, evitando a adoção de medidas de retaliação imediatas. Alban enfatizou a necessidade de manter o diálogo aberto e buscar uma solução que minimize os impactos para a economia brasileira.

As negociações continuarão nas próximas semanas, buscando um entendimento que proteja os interesses comerciais e fortaleça as relações com os Estados Unidos, sem agravar a crise econômica já instalada no setor industrial brasileiro.

Fonte: G1

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