Brasil, 15 de julho de 2025
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Zambelli em fuga: o exílio na Itália e as consequências legais

A deputada Zambelli, foragida após condenação no Brasil, se refugia na Itália e planeja ações contra o STF.

A deputada federal Carla Zambelli, do PL, se encontra em uma situação delicada desde que decidiu deixar o Brasil em maio deste ano. Condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por seu envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sua fuga para a Itália veio acompanhada de um alerta internacional. Ao ser inserida na difusão vermelha da Interpol, Zambelli busca agora uma maneira de evitar sua extradição e cumprir a pena no exterior.

A decisão de fugir e a reação da Justiça

O desdobramento da condenação da deputada a deixou inelegível por oito anos. Desde que chegou à Itália, em 5 de junho, Zambelli não fez aparições públicas e, em um movimento estratégico, optou por evitar entrevistas. Essa atitude contrasta com seu comportamento passado nos Estados Unidos, onde fez diversas aparições após deixar o Brasil.

Dia 3 de junho, enquanto estava nos EUA, Zambelli anunciou sua saída do Brasil e expressou sua intenção de criticar o ministro do STF, Alexandre de Moraes, não apenas na Itália, mas em outros países europeus. Em uma gravação, Zambelli se posicionou como uma “exilada política” e convocou apoiadores brasileiros a participarem de manifestações contra o governo atual.

Perguntas sobre sua segurança legal e planejamento

Com o aviso da Interpol e o risco iminente de prisão, Zambelli se vê obrigada a mudar sua estratégia. Seu advogado, Fábio Pagnozzi, tem trabalhado para evitar que a deputada seja extraditada e planeja suas ações para tentar cumpri-la na Itália, onde ela se sente mais segura devido à sua cidadania italiana.

As autoridades italianas já estão atentas à situação. A localização de Zambelli tem sido monitorada, e há esforços para rastrear um imóvel onde ela supostamente está residindo com familiares. Para a deputada, a Itália representa um porto seguro, e sua defesa aposta no apoio da extrema-direita que predomina no governo italiano, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni.

Consequências e multas na Câmara dos Deputados

Enquanto lida com a situação legal, a deputada acumula também uma série de problemas administrativos. A Câmara dos Deputados havia estabelecido um prazo para a devolução do apartamento funcional que ocupava em Brasília, mas Zambelli não cumpriu a exigência, levando à cobrança de multas que já ultrapassam R$ 6 mil. Sua defesa argumenta que o atraso se deve à realização de benfeitorias no imóvel, mas a Câmara descartou essa alegação.

Sua família, incluindo sua mãe e filho, ainda reside no apartamento, que deveria ter sido devolvido à Câmara. A situação gera críticas e questionamentos sobre a ética de sua postura como parlamentar foragida enquanto ainda ocupa um imóvel funcional, e a Câmara já se prepara para cobrar a devolução da propriedade.

Impacto político e futuro incerto

A fuga de Zambelli não ocasionou apenas repercussões pessoais, mas também políticas. A sua intenção de vocalizar críticas ao STF em eventos internacionais gera uma nova dinâmica nas relações do Brasil com outros países, principalmente em um momento em que o governo busca se posicionar no cenário global. A influência de Zambelli junto a alguns grupos bolsonaristas permanece sólida, mesmo após sua condenação, mas sua capacidade de movimentação política é incerta.

Com a situação se desenrolando, as autoridades brasileiras e italianas monitoram de perto cada passo da deputada. Com a história de outros brasileiros que tentaram escapar pela cidadania europeia, como o ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, a expectativa é de que as chances de um retorno ao Brasil para cumprir pena sejam altas. A condição de Zambelli como “intocável” na Itália pode ser um argumento que não sustente por muito tempo.

Os desdobramentos dessa fuga, as possíveis consequências legais e a pressão sobre a política brasileira indicam que este ainda é um capítulo em aberto na história da deputada. A vigilância continua, e sua capacidade de se manter fora da jurisdição do Brasil está cada vez mais ameaçada.

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