Há cinquenta anos, “Tubarão”, o blockbuster que revolucionou o cinema de suspense, foi lançado e se tornou um ícone mundial. Para comemorar a data, a National Geographic lançou a série documental “Jaws @ 50: The Definitive Inside Story”, que revela os bastidores turbulentos da produção. Aqui estão 23 fatos surpreendentes que descobri assistindo à série.
O medo de Spielberg e a inspiração para “Tubarão”
Steven Spielberg, diretor de “Tubarão”, achava que o filme poderia destruir sua carreira devido aos atrasos no cronograma. Além disso, ele inicialmente tinha dúvidas sobre o livro, não sabendo que “Tubarão” de Peter Benchley tratava do “Leviatã do mar”. O autor, por sua vez, se inspirou na captura de tubarões em Nantucket e na ideia do que aconteceria se um tubarão permanecesse em um mesmo lugar por mais tempo.
Escolha do nome e do monstro
Benchley demorou meses para decidir o título do livro, sugerindo nomes como “Terror do Profundo” e “Leviatã Ascendente”. O consenso final foi “Jaws”, que acabou sendo perfeito. Quanto ao tamanho do tubarão mecânico, os designers inicialmente pensaram em um monstro de 32 pés, mas Spielberg optou por 26 pés, mais realista e igualmente assustador.
O tubarão Bruce e as dificuldades técnicas
O tubarão mecânico, apelidado de “Bruce” em homenagem ao advogado de Spielberg, passou por inúmeros problemas — cerca de 80% do tempo, ele não funcionava por causa da salinidade do mar, chegando a sair de frente na primeira tentativa. Para preencher as cenas, imagens reais de tubarões foram intercaladas com a máquina, buscando maior verossimilhança.
Curiosidades sobre os bastidores
George Lucas, amigo de Spielberg, afirmou que “Tubarão” seria o filme mais bem-sucedido de todos, o que realmente se confirmou nas bilheterias. O roteiro original incluía a cena do tubarão na abertura, mas, com o monstro quebrado, Spielberg optou por mostrar o tubarão apenas de forma indireta, aumentando o suspense.
Elenco e filmagens
Ao todo, apenas oito atores principais eram profissionais de Hollywood, enquanto o restante do elenco era formado por moradores locais de Martha’s Vineyard, conferindo autenticidade às cenas. Durante a filmagem de uma das cenas do pânico na praia, um tubarão de verdade foi avistado, ressaltando os perigos reais do oceano.
Memórias marcantes e referências históricas
Steven Spielberg revelou que a cena favorita dele é a do interior do barco à noite, que pode ser assistida repetidamente. Curiosamente, uma referência ao navio USS Indianapolis foi incluída no roteiro para dar mais realismo ao monólogo do personagem Quint, inspirado por um episódio real da história da Segunda Guerra Mundial.
A trilha sonora e o legado do filme
John Williams, compositor do clássico tema de “Tubarão”, buscou uma trilha sonora que reforçasse o caráter implacável do tubarão. Hoje, a última cópia do tubarão mecânico original está exposta no Museu de Hollywood, em Los Angeles, tornando-se uma peça histórica do cinema.
O impacto cultural e a recepção
Fidel Castro considerou “Tubarão” uma metáfora poderosa sobre a corrupção do capitalismo, mostrando como o filme também serviu como um espelho social. Apesar do sucesso, Spielberg admite que, na cerimônia do Oscar de 1975, teria votado em “Um Estranho no Ninho” para Melhor Filme, refletindo sua humildade diante do fenômeno.
Reflexões finais
O especial “Jaws @ 50” revela que, apesar dos inúmeros desafios na produção, “Tubarão” consolidou-se como um marco no cinema mundial e uma fonte inesgotável de curiosidades. Para os fãs, o legado do tubarão de Spielberg continua vivo, simbolizando o poder do suspense e a inovação na sétima arte.