Brasil, 15 de julho de 2025
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Lula busca união com empresários após taxação de Trump

O presidente Lula inicia diálogo crucial com o setor produtivo em resposta às tarifas impostas por Trump a produtos brasileiros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um importante desafio nesta terça-feira (15/7), ao tentar reaproximar-se do empresariado brasileiro. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, se reunirá com representantes dos setores mais afetados pela taxação de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Esse encontro marca um passo significativo na reestruturação das relações entre o governo brasileiro e o setor produtivo, especialmente em tempos de crise.

Expectativas nas reuniões com empresários

As reuniões geram expectativas sobre a possibilidade de um apelo pela união entre Lula e o setor produtivo, especialmente diante da pressão externa representada pela taxação de Trump. O governo brasileiro considera essa ofensiva uma rara oportunidade de reaproximação política com setores da economia que se aliaram ao bolsonarismo na última década, como a indústria e o agronegócio. Nos bastidores, aliados de Lula acreditam que o presidente está entusiasmado para reviver a “era de ouro” das relações com o empresariado, que foram marcantes durante seus dois primeiros mandatos.

Entenda a disputa entre Trump, Lula e Bolsonaro

  • Trump tem ameaçado o mundo com uma série de tarifas desde o início do seu mandato e tem dado atenção especial ao grupo do Brics e ao Brasil.
  • Na última quarta-feira (9/7), o presidente dos EUA anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, válida a partir de 1/8, e pediu o fim do que considera uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
  • Lula afirmou que a resposta brasileira à taxação será pela Lei de Reciprocidade Econômica, e o decreto que regulamenta essa medida será publicado nesta terça.

Pedido de socorro do setor produtivo

Interlocutores do presidente avaliam que nem mesmo os segmentos tradicionalmente aliados, como o agronegócio, aceitarão essa taxação à revelia. Recentemente, frentes parlamentares que costumam fazer oposição a Lula manifestaram-se contra a decisão dos EUA, solicitando apoio ao governo. A possibilidade de um impacto negativo significativo no setor produtivo pode unir diversas correntes políticas em busca de soluções conjuntas.

Para liderar esse diálogo com os empresários, Lula designou Alckmin, que possui um histórico favorável nas relações com a indústria. O plano é que o ministro se posicione como um contraponto ao atual governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que apoiou Trump após o anúncio da taxação. Alckmin encontrará, a partir das 10h, representantes de setores estratégicos, incluindo aviação, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados e autopeças. Às 14h, haverá uma reunião com representantes do agronegócio, abrangendo setores de suco de laranja, carnes, frutas, e pescados, entre outros.

A criação do comitê de reação

O governo brasileiro está disposto a transformar a atual crise na relação com os EUA em uma oportunidade de fortalecimento das interações com os empresários. Um comitê que irá deliberar sobre as respostas às tarifas de Trump será criado de forma permanente. As decisões desse comitê deverão ser acionadas em eventuais crises semelhantes com outros parceiros comerciais significativos, e serão regulamentadas no decreto que oficializa a Lei de Reciprocidade Econômica.

A regulamentação dessa lei, aprovada pelo Congresso em abril, dá ao governo a flexibilidade de adotar medidas comerciais em resposta a ações unilaterais de outros países. O decreto estabelecerá a coordenação de Alckmin e também envolverá outros ministros, como Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Ministério da Fazenda).

Segundo Alckmin, empresas estadunidenses também sentirão o impacto das tarifas. “Há a integração de cadeia. Somos o 3º comprador do carvão siderúrgico dos EUA. As empresas americanas também serão atingidas. Portanto, vamos conversar com as companhias, entidades e a Câmara Americana de Comércio (Amcham)”, afirmou o ministro, reafirmando a importância do diálogo com o setor produtivo americano.

A realidade que emerge dessas negociações poderá refletir significativamente na economia brasileira e na disposição do governo em atuar em conjunto com os empresários para enfrentar os desafios impostos internacionalmente.

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