A economia americana enfrenta um desafio significativo: a escassez de mão de obra. Mesmo com o crescimento da inteligência artificial e a desaceleração das contratações, as empresas ainda lutam para encontrar talentos suficientes. De acordo com a Câmara de Comércio dos EUA, para cada 100 vagas disponíveis, existem apenas 92 trabalhadores qualificados para ocupá-las, resultando em uma carência de cerca de 1 milhão de profissionais no país. A qualidade de vida, portanto, se torna um fator crucial na atração e retenção de empregados em potencial.
A qualidade de vida como um imperativo nos negócios
Todos os anos, a CNBC publica um ranking dos estados americanos considerando diversos fatores de competitividade, incluindo a qualidade de vida, que em 2025 representou 10,6% da pontuação geral. O estudo avalia aspectos como criminalidade, sistema de saúde, qualidade do ar e a disponibilidade e preço de cuidados infantis. Questões como proteção contra discriminação também são levadas em conta, especialmente à luz dos recentes dados que indicam que jovens trabalhadores consideram os direitos reprodutivos em suas escolhas de localização.
Entretanto, alguns estados se destacam – e não de forma positiva. Aqui estão os estados com a pior qualidade de vida em 2025.
Oklahoma
Oklahoma, embora tenha visto uma diminuição gradual na criminalidade violenta, ainda enfrenta uma taxa alta de 418 crimes violentos por 100 mil habitantes, o que a coloca como o 14º estado mais perigoso do país. A preocupação maior recai sobre o aumento das homicídios relacionados à violência doméstica, um problema identificado pelo Procurador Geral do estado como uma “epidemia”. Além disso, o estado possui uma das legislações de aborto mais restritivas e limitadas proteções contra discriminação.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 97 de 265 pontos (Nota: D-)
Pontos fortes: Cuidado infantil, qualidade do ar
Pontos fracos: Criminalidade, saúde, direitos reprodutivos
Arkansas
Conhecido como o Estado Natural, Arkansas tem a sexta maior porcentagem de adultos com frequência de sofrimento mental, além de 19% de suas famílias enfrentando insegurança alimentar, a taxa mais alta do país. A violent crime rate é a quarta mais alta. O governador Sarah Huckabee Sanders está implementando medidas para abordar a insegurança alimentar, mas a criminalidade e as restrições na votação ainda são preocupações significativas.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 95 de 265 pontos (Nota: D-)
Pontos fortes: Cuidado infantil, qualidade do ar
Pontos fracos: Saúde, crime, inclusividade
Alabama
Alabama apresenta uma falta de proteção contra a discriminação em acomodações públicas e debate legislativo em torno de direitos LGBTQ+ mostrou que suas leis não acolhem a diversidade. A classificação da Oxfam America indicou que o estado ocupa o 49º lugar em direitos dos trabalhadores. Além disso, a qualidade do ar e as restrições em saúde são alarmantes.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 92 de 265 pontos (Nota: F)
Pontos fortes: Qualidade do ar, cuidado infantil
Pontos fracos: Inclusividade, proteção ao trabalhador
Georgia
Georgia apresenta uma taxa de criminalidade violenta semelhante à média nacional, porém, a sua taxa de homicídios é uma das mais altas do país. Embora haja bons índices de cuidado infantil, as preocupações sobre acesso à saúde são sérias, com mais de 11% da população sem seguro saúde e poucas proteções para trabalhadores e no que diz respeito a inclusão.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 89 de 265 pontos (Nota: F)
Ponto forte: Cuidado infantil
Pontos fracos: Proteções ao trabalhador, saúde, inclusividade
Louisiana
Louisiana possui a quinta mais alta taxa de crimes violentos do país. As restrições a direitos reprodutivos e a implementação de leis de votação estão se tornando barreiras para um futuro melhor para seus habitantes.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 87 de 265 pontos (Nota: F)
Pontos fortes: Cuidado infantil, qualidade do ar
Pontos fracos: Crime, inclusividade, direitos reprodutivos
Utah
Apesar de ser considerado um Estado trabalhador, Utah oferece poucas proteções aos seus empregados. O custo de cuidado infantil é excessivo e a quantidade de profissionais de saúde necessários é insuficiente, resultando em um ambiente de vida desafiador para as famílias.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 87 de 265 pontos (Nota: F)
Ponto forte: Taxa de criminalidade
Pontos fracos: Cuidado infantil, proteção ao trabalhador, qualidade do ar
Indiana
Indiana enfrenta enormes desafios em termos de acessibilidade a cuidado infantil e qualidade do ar. A combinação de taxas baixas para cuidado infantil e restrições gerais aos direitos dos trabalhadores torna o estado uma opção menos atrativa para novos residentes.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 73 de 265 pontos (Nota: F)
Ponto forte: Taxa de criminalidade
Pontos fracos: Cuidado infantil, direitos reprodutivos, inclusividade, qualidade do ar
Texas
A despeito de uma economia robusta, a Texas apresenta deficiências graves em saúde, com acesso inadequado a cuidados médicos e uma alta taxa de pessoas sem seguro saúde. A legislação restrictiva em relação a direitos reprodutivos e os altos índices de criminalidade contribuem para uma qualidade de vida insatisfatória.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 72 de 265 pontos (Nota: F)
Pontos fortes: Cuidado infantil, qualidade do ar
Pontos fracos: Cuidados de saúde, direitos reprodutivos, proteção ao trabalhador, crime
Tennessee: o estado com a pior qualidade de vida em 2025
Tennessee, com uma das mais altas taxas de criminalidade violenta dos Estados Unidos, se destaca negativamente em muitos aspectos. Leis que restringem direitos LGBT e poucos mecanismos de proteção ao trabalhador convergem para criar um ambiente desafiador para seus residentes.
Pontuação de Qualidade de Vida – 2025: 61 de 265 pontos (Nota: F)
Pontos fortes: Qualidade do ar
Pontos fracos: Taxa de crime, inclusividade, proteção ao trabalhador
Esses dados revelam não apenas as dificuldades enfrentadas pelos residentes desses estados, mas também os desafios que as empresas encontram ao tentar recrutar trabalhadores qualificados, destacando a importância da qualidade de vida no futuro do trabalho e na economia americana.
