O deputado democrata Marc Veasey, do Texas, apresentou nesta segunda-feira uma resolução exigindo que a administração Biden libere todos os arquivos relacionados a Jeffrey Epstein. A iniciativa ocorre em meio a debates intensos sobre a gestão do caso pelo governo dos Estados Unidos e a forte reação de apoiadores de direita, os chamados MAGA.
Polêmica em torno da transparência sobre Epstein
Veasey afirma estar preocupado com o comportamento da administração Biden no caso Epstein. “Estou muito preocupado com a forma como [a administração Biden] lidou com essa questão”, declarou ao TIME. Ele destacou que há uma “bateria constante de críticas” no grupo de apoiadores de Trump, o MAGA, questionando por que os arquivos ainda não foram totalmente divulgados.
Contexto e controvérsia pública
Jeffrey Epstein morreu em 2019, enquanto estava na prisão, e sua morte tem sido alvo de várias teorias da conspiração, principalmente entre segmentos de direita. Antes da eleição de 2024, Donald Trump afirmou que não teria problemas em liberar os arquivos relacionados a Epstein, e apoiadores de sua administração, como o vice-presidente J.D. Vance e o diretor do FBI Kash Patel, promoveram alegações sobre uma tentativa de encobrimento governamental no caso.
Recentemente, o Departamento de Justiça e o FBI divulgaram um memorando que desmentiu teorias conspiratórias, afirmando que Epstein não possuía uma “lista de clientes” de co-conspiradores e que sua morte foi suicídio. Ainda assim, apoiadores do presidente continuam frustrados com a transparência, o que motivou novas ações legislativas.
Reações dentro do espectro político
Outros democratas também criticaram a gestão do caso. O deputado Ro Khanna, da Califórnia, anunciou que apresentará uma emenda para forçar uma votação pública pela liberação integral dos arquivos de Epstein. Veasey destaca que há um interesse comum na busca pela verdade, tanto entre apoiadores democratas quanto republicanos.
Repercussões e posicionamentos
Após a divulgação do memorando, Donald Trump pediu que suas apoiadores “entrem em silêncio” quanto ao tema, descrevendo a discussão como uma “perda de tempo”. Durante uma reunião do gabinete, ele criticou uma repórter que perguntou sobre Epstein, afirmando que o assunto já deveria ser encerrado. Em resposta, a ex-procuradora Pam Bondi tentou esclarecer suas declarações, dizendo que se referia ao processo de revisão dos arquivos, não a uma “lista de clientes”.
Kash Patel afirmou, em suas redes sociais, que “as teorias conspiratórias nunca foram verdadeiras e não são agora”, reforçando o discurso de resistência à transparência.
Impactos potenciais e próximos passos
Com a introdução da resolução por Veasey e o debate acalorado, a questão dos arquivos de Epstein permanece como uma das mais controversas dos últimos anos nos ambientes político e jurídico dos EUA. A expectativa é que novas discussões e, possivelmente, votações, possam ocorrer nas próximas semanas, à medida que a pressão por transparência aumenta.
Especialistas destacam que a liberação dos documentos poderia esclarecer dúvidas antigas e influenciar o cenário político de forma significativa, sobretudo na reta final para as eleições de 2024.