Brasil, 15 de julho de 2025
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Ministério Público investiga uso de spray de pimenta pela PM em Santa Maria

MPDFT cobra apuração de conduta policial após agressões a civis em Santa Maria.

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) anunciou nesta segunda-feira (14) um prazo de cinco dias para que a Corregedoria da Polícia Militar inicie uma investigação sobre a atuação de militares que utilizaram spray de pimenta e até explosivos contra moradores e comerciantes de Santa Maria, sem justificativa aparente. As denúncias surgiram após a exibição de imagens pela TV Globo, mostrando a violência desproporcional da polícia em abordagens na região.

Imagens e relatos de moradores evidenciam abusos

As imagens, que geraram revolta entre os moradores, mostram um carro da Polícia Militar abordando um veículo de um civil. Um policial desce e dispara spray de pimenta contra a janela do motorista, que estava aberta, sufocando as pessoas dentro do carro. Nesse momento, não havia justificativa para a abordagem, visto que a rua estava praticamente deserta.

Em outro registro, três policiais saem de uma viatura e, sem motivo aparente, lançam dois artefatos explosivos na fachada de uma distribuidora de bebidas fechada. Esta ação levanta questões sobre o livre exercício do comércio e a segurança dos cidadãos, já que os moradores afirmam estar sendo alvo de agredidos por integrantes da PM.

Alegações de notificações e agressões contínuas

Em um segundo vídeo exibido pela TV Globo, os policiais aparecem colando uma notificação na distribuidora, alegando que o estabelecimento estava funcionando fora do horário permitido. Porém, as imagens mostram que a loja estava fechada nesse momento. Mesmo assim, o proprietário foi multado em R$ 9 mil, levantando preocupações sobre a atuação dos agentes e a legalidade de suas ações.

Um empresário da região, que preferiu não ser identificado por medo de represálias, relatou que em várias ocasiões a PM se aproxima de maneira agressiva, colocando em risco a segurança e o direito de ir e vir dos habitantes locais. “A distribuidora fecha, e felizmente a gente tem o direito de ir e vir. A gente não pode impedir ninguém de ficar na frente”, desabafou.

Reação da Polícia Militar e avançar da investigação

Após as revelações, o porta-voz da PM do DF, major Raphael Broocke, afirmou que a apuração das imagens seria “imediata”. Ele destacou que a ação da polícia poderia ser considerada uma transgressão disciplinar ou até um crime militar. No entanto, no mesmo dia, as equipes do 26º Batalhão da PM permaneciam em atividade, sem mudanças visíveis nas escalas, o que gerou mais descontentamento entre a comunidade.

“Primeiro, a gente precisa identificar quem eram os policiais que estavam ali nas filmagens”, comentou Broocke. “Além disso, é fundamental verificar se a viatura é realmente da localidade – é possível que outra viatura esteja prestando apoio. A gente precisa também verificar o testemunho dos envolvidos e da possível vítima”, completou, ressaltando a importância da cautela nesse processo.

Clamor social por propostas de mudança

Essas violência apontadas por moradores de Santa Maria é emblemática de uma crise mais ampla relacionada ao uso excessivo da força pelas autoridades policiais em diversas áreas do Brasil. A sociedade clama por mudanças, melhores treinamentos e supervisões das condutas policiais, para garantir a segurança e o respeito aos direitos civis dos cidadãos.

O caso em Santa Maria é um lembrete contundente de que a polícia deve ser um agente de proteção e apoio à comunidade, e não uma fonte de medo e opressão. O MPDFT e outras entidades devem continuar vigilantes sobre a ação policial, garantindo que ações corretivas sejam implementadas e que os direitos dos cidadãos sejam respeitados.

À medida que a investigação progride, a atenção da sociedade se volta para as medidas que a Polícia Militar adotará para evitar que casos semelhantes voltem a acontecer. A esperança é de que, a partir desse episódio, haja uma reformulação nas abordagens policiais, promovendo um diálogo mais respeitoso e eficaz entre a polícia e a comunidade.

A população de Santa Maria e do Distrito Federal acompanha esse desenvolvimento de perto, na expectativa de que a investigação leve a respostas concretas, garantindo um ambiente mais seguro e justo para todos.

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