Brasil, 15 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Brasil prepara decreto para regulamentar lei da reciprocidade econômica

O governo brasileiro publicará um decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade e cria comitê para reagir a taxação dos EUA.

Na próxima terça-feira (15/7), o governo do Brasil anunciará o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica e estabelece um comitê encarregado de formular a resposta à taxação de 50% imposta aos produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Com essa medida, o Palácio do Planalto pretende garantir segurança jurídica para as reuniões que serão realizadas com os setores produtivos mais afetados pela nova política comercial anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

A lei e seu contexto

A Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada com suporte do agronegócio, surgiu como uma resposta a restrições já estabelecidas pela União Europeia sobre produtos brasileiros. A proposta foi aprovada pelo Congresso em abril, em reação ao primeiro conjunto de tarifas promovidas por Trump. Este instrumento legal permite que o governo brasileiro tome ações comerciais que contrabalançam medidas unilaterais adotadas por outros países ou blocos econômicos, criando um ambiente de comércio mais justo.

Criação do comitê e suas atribuições

Com a publicação do decreto, Geraldo Alckmin, que também é vice-presidente da República, assumirá a coordenação do comitê responsável por elaborar as estratégias de enfrentamento às tarifas americanas. O comitê contará ainda com a participação de ministros como Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Ministério das Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Ministério da Fazenda). Assim, a coordenação será composta por diversas vozes de setores governamentais, garantindo uma resposta integrada e eficaz.

Reuniões com setores afetados

Alckmin destacou que a intenção é realizar reuniões com a indústria e o agronegócio na mesma data da publicação do decreto, focando em ouvir as demandas e preocupações dos setores mais impactados pela tarifa de 50% imposta pelos EUA. “Há uma integração de cadeia entre os países. Somos o terceiro maior comprador do carvão siderúrgico dos EUA e, portanto, as empresas americanas também sentirão os efeitos dessa decisão. Assim, precisamos dialogar com as companhias, entidades e a Câmara Americana de Comércio (Amcham) para encontrar soluções que beneficiem ambos os lados,” afirmou Alckmin.

Os impactos da decisão de Trump

A decisão de Trump de aplicar um aumento de tarifas aos produtos brasileiros está relacionada ao andamento de investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado do norte-americano. Essa retaliação pode não apenas afetar o comércio entre os dois países, mas também causar implicações em outras relações comerciais do Brasil. O governo enfatiza a importância de uma resposta coordenada para minimizar os impactos econômicos e proteger os interesses nacionais.

A expectativa do setor produtivo

Os setores produtivos do Brasil expressam preocupação com as novas tarifas, especialmente em um momento em que a economia ainda busca se recuperar dos efeitos da pandemia. A expectativa é que a criação do comitê e a regulamentação da lei tragam uma resposta rápida e eficaz, permitindo que o Brasil mantenha sua competitividade no mercado internacional. Com a elaboração de estratégias de contrapeso, o governo espera mitigar os efeitos negativos dessa nova medida norte-americana.

Enquanto isso, as reuniões que ocorrerão após a publicação do decreto serão uma oportunidade crucial para o governo ouvir as demandas do setor produtivo e construir uma estratégia colaborativa. A participação ativa dos empresários é vista como fundamental para que o Brasil consiga responder de maneira eficaz e justa às ações de Trump.

O cenário comercial entre Brasil e Estados Unidos está se tornando cada vez mais complexo, e a resposta do governo brasileiro pode fazer toda a diferença na manutenção das relações comerciais e na proteção do mercado nacional. A situação demanda atenção e estratégia, e o comitê coordenado por Alckmin será vital nesse processo de negociação.

Com essa resposta organizada, o Brasil busca não apenas reagir à taxação imposta, mas também fortalecer sua posição no mercado internacional e garantir um espaço justo para seus produtos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes