Brasil, 15 de julho de 2025
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Governo busca entender impacto do tarifão de Trump em negociações

Após ameaça de tarifas de até 50%, Brasil se prepara para responder e busca detalhes junto ao setor produtivo em reuniões em Brasília

O governo brasileiro trabalha para aprofundar o diagnóstico sobre os possíveis prejuízos decorrentes do tarifão anunciado pelos Estados Unidos, que pode aumentar tarifas em até 50% sobre produtos brasileiros. As reuniões previstas para esta terça-feira, em Brasília, com empresários do setor industrial e do agronegócio, visam mapear os riscos e preparar uma resposta estratégica.

Estratégia de análise e negociação diante do tarifão de Trump

O Palácio do Planalto busca ampliar o entendimento sobre o impacto econômico do possível aumento tarifário e municiar o time diplomático para futuras negociações. Segundo fontes próximas ao governo, a intenção é que o comitê formado por empresários possa acelerar a análise, avaliando quais setores suportam limites de taxação e qual porcentagem da produção poderia ser redirecionada.

Apesar de um diagnóstico inicial indicar os prováveis prejuízos, o governo entende que somente com consulta aos setores produtivos será possível obter um levantamento confiável sobre os reflexos do tarifaço na economia brasileira.

Resposta do Brasil deve ser bem calibrada

Um integrante do governo afirmou que a resposta brasileira precisa ser pensada de forma global, indicando onde os Estados Unidos podem sofrer impacto, mas sem prejudicar ainda mais a economia nacional, especialmente neste momento de crise.

Uma das principais preocupações é evitar pressões inflacionárias, pois o Brasil mantém déficit na relação comercial com os EUA e depende de insumos importados do país. Assim, a estratégia inclui potencialmente apontar setores que possam ficar de fora ou ter tarifas reduzidas, como o petróleo brasileiro, embora setores como café, suco de laranja e carne bovina, altamente dependentes do mercado americano, tenham menos esperança de serem poupados.

Reuniões com empresários e expectativa pelo detalhamento da medida

Estão previstas duas reuniões nesta terça-feira: uma com representantes da indústria e outra com membros do agronegócio. Segundo auxiliares presidenciais, o contato com o setor privado reforça o trabalho feito após o anuncio da tarifa de 10% por Trump em abril, agora com uma urgência ainda maior.

A pauta inclui também o entendimento de quais limites de taxação os setores suportariam e como a produção pode ser redirecionada, além de preparar o terreno para o que deve ser a publicação oficial da ordem executiva de Trump, prevista para o final de julho ou início de agosto.

Tempestade no horizonte e o papel do governo na resposta brasileira

O governo brasileiro avalia que o diagnóstico final só poderá ser fechado após a publicação oficial da ordem executiva, momento em que o impacto real da sobretaxa será mais claro. Lula, por sua vez, deve participar de campanhas de diálogo com empresários, fortalecendo a mensagem de que o governo está aberto à negociação, com foco em tarifas, mas sem comprometer posições em outras áreas.

O planejamento inicial será coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável também pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A iniciativa visa preparar uma resposta coordenada, evitando ações impulsivas que agravem a crise econômica atual.

Para o governo, é essencial que a resposta brasileira seja estruturada de modo a revelar onde os EUA sofreriam impacto, ao mesmo tempo em que se preserva a estabilidade econômica nacional. A análise é complexa, pois o Brasil importa diversos insumos e commodities, como o café, a carne e o suco de laranja, que podem ser bastante afetados pelo aumento tarifário.

A expectativa é que o governo precise aguardar o detalhamento oficial da medida, que deve ser anunciado até o final de julho, antes de definir uma resposta definitiva. A medida promete gerar um debate intenso sobre a relação comercial entre os dois países e a estratégia brasileira de defesa diante das ações americanas.

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