Brasil, 15 de julho de 2025
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Desaceleração da economia em maio surpreende análises e aumenta incertezas

Índice de Atividade Econômica do Banco Central revela queda de 0,74% em maio, reflexo de fatores internos e externos à economia brasileira

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-br), que serve como prévia do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou uma forte desaceleração em maio, com queda de 0,74% em relação a abril. O resultado foi mais negativo do que a expectativa do mercado, que previa variação de 0,1%, indicando sinais de arrefecimento econômico no país.

Impacto da política monetária e fatores externos

Segundo o professor José Ronald Souza Jr., do Ibmec, o dado reforça outros indicadores que já apontavam perda de ritmo na atividade econômica. Ele ressalta que o início do ano foi impulsionado pelo forte crescimento da agropecuária, especialmente por conta de boas safras, como de soja. Contudo, sem esse impacto, houve uma redução de 4,25% de abril para maio. Souza prevê que os próximos meses tendem a registrar uma desaceleração ainda mais intensa, influenciada pela política monetária e pelos efeitos de fatores externos.

A economia brasileira também começa a sentir os efeitos do aumento das tarifas comerciais americanas, anunciado em 2 de abril. A economista Juliana Inhasz Kessler, do Insper, destaca que, além dos juros elevados, há um impacto decorrente da incerteza internacional, que freia investimentos e contribui para a desaceleração.

Percepções do mercado e cenário de aumento de riscos

A professora do Insper aponta que o resultado de maio pode ter sido impulsionado por um efeito pontual, pois a média das projeções para o mês era de estabilidade, próxima de zero. Ela alerta que a percepção de insegurança econômica tem potencial para travar investimentos e produção, refletindo um cenário de risco elevado. “A incerteza provocada pelas tarifas anunciadas em abril aumenta o medo dentro da economia, exigindo o acompanhamento do indicador de junho para entender as próximas tendências”, comenta Kessler.

Perspectivas futuras e possíveis movimentos econômicos

Para além do impacto imediato das tarifas americanas, especialistas avaliam que, caso o Brasil adote medidas de reciprocidade ao aumentar tarifas sobre produtos importados dos EUA, a inflação poderá ser pressionada. A professora do Insper acrescenta que, inicialmente, a desaceleração pode ajudar a conter a inflação, mas aumentos tarifários de retaliação elevariam os preços internos.

O índice IBC-br acumula alta de 4,04% em 12 meses até maio, com avanço de 3,36% no ano, refletindo uma atividade econômica ainda resiliente, apesar da desaceleração recente. O cenário para os meses seguintes depende das decisões econômicas internas e das variáveis externas, especialmente as tensões comerciais internacionais.

Segundo o analista, é fundamental observar como o setor produtivo vai interpretar o cenário de junho, de forma a entender as próximas movimentações da economia brasileira.

Para mais detalhes, acesse o fonte original do Globo.

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