No lançamento do filme “Superman” em 11 de julho, as reações polarizadas se intensificaram nas redes sociais e na mídia. Dirigido por James Gunn e estrelado por David Corenswet, o filme enfrenta críticas principalmente da base do movimento MAGA, que considera o personagem “demasiado woke” por seu simbolismo de inclusão e diversidade.
Superman como símbolo de esperança e imigração
Em entrevista ao Sunday Times, Gunn afirmou que “Superman é a história da América, de um imigrante que veio de outros lugares”. A declaração provocou uma enxurrada de reações contrárias, especialmente entre figuras conservadoras, que acusaram o filme de ser ideológico demais.
Apesar de o personagem ter origem criada em 1938 por filhos de imigrantes, e de sua história envolver a chegada à Terra após a destruição de seu planeta natal, a associação do herói à imigração causou alvoroço na política e na cultura mantendo seu lado polêmico.
Reação da direita e críticas ao personagem “woke”
Contribuintes da Fox News, como Kellyanne Conway, alegaram que “não vamos ao cinema para sermos ensinados ou para receber uma lavagem cerebral com ideologias”, enquanto Jesse Watters fez uma analogia infeliz ao afirmar que “no seu manto, está MS-13”, fazendo referência a uma gangue salvadorenha. Essas declarações reforçam a percepção de uma narrativa carregada de polêmicas.
Por outro lado, figuras como Ben Shapiro defenderam que Superman “assimila os valores americanos e os traz às grandes cidades”, embora críticos na internet tenham resgatado cenas antigas onde Clark Kent citava ser “um imigrante ilegal”, evidenciando que essa discussão não é nova.
Super-heróis e seus significados históricos
Desde “Lois & Clark”, na década de 1990, a representação de Clark Kent como “imigrante ilegal” já fazia parte da narrativa. Mesmo assim, a discussão atual aproxima-se de debates mais amplos sobre o papel da narrativa heroica perante questões sociais.
Ao afirmar que Superman simboliza “a bondade humana básica”, Gunn reforça a ideia de que heróis têm, historicamente, representado os ideais de resistência e questionamento do status quo — características que, atualmente, vêm sendo desacreditadas por setores conservadores.
Impactos sociais e o clima atual
Na era de líderes políticos com discursos que lembram antagonistas de filmes de espionagem, o retrato de heróis que refletem valores progressistas parece incomodar ainda mais esses grupos. A resistência a essa narrativa é vista por muitos como uma tentativa de manter o status quo polarizador.
Enquanto isso, a internet se mobiliza para defender as mensagens de esperança e inclusão do filme. Comentários de usuários rejeitam a narrativa de “excesso de woke” e ressaltam que a verdadeira ameaça é o medo de mudanças e o medo de aceitar a diversidade.
Vozes contra a polarização
Um usuário no X, por exemplo, afirmou que quem rechaça atos de gentileza e inclusão “é simplesmente maldade”, reforçando que o filme promove uma mensagem de respeito ao próximo, longe de qualquer ideologia radical. O debate, agora, não é apenas sobre um filme, mas sobre o que a sociedade valoriza.
Assim, enquanto alguns setores tentam rotular as ações de Gunn como uma tentativa de “wokeness”, a maioria das reações aponta para uma compreensão maior de que o herói, na sua essência, sempre representou ideais de justiça, esperança e solidariedade — valores universais e atemporais.
Qual a sua opinião sobre o retrato de Superman que vem sendo discutido? É possível entender essa narrativa sob uma perspectiva mais ampla, ou ela realmente ameaça os valores tradicionais? O debate está aberto.