No primeiro dia de negociações após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que impostará uma tarifa de 30% sobre produtos europeus, o mercado financeiro global mostrou sinais de estabilidade. O euro se manteve próximo ao dólar, cotado a US$ 1,1695 às 8h30, alta de 0,05%, enquanto as principais bolsas da Europa operaram em direções mistas.
Impacto da ameaça tarifária na bolsa e na moeda europeia
As principais bolsas europeias tiveram movimentos dispersos nesta manhã: Londres subia 0,35%, enquanto Frankfurt e Paris recuavam 1,03% e 0,5%, respectivamente. Segundo analistas, a avaliação predominante é de que a sobretaxa não será implementada, dado que um acordo comercial deve ser fechado antes de 1º de agosto, prazo limite estabelecido por Trump.
O mercado continua atento às negociações entre os Estados Unidos e a União Europeia, que, segundo fontes próximas às negociações, ainda buscam um consenso, especialmente em relação às tarifas sobre carros e produtos agrícolas, os principais pontos de divergência.
Histórico de tarifas e postura do governo americano
Em abril, Trump anunciou uma tarifa de 20% sobre produtos da UE e prometeu uma trégua de 90 dias, reduzindo essa taxa para 10%. Produtos como aço ainda sofrem incidência de tarifas de 25%. No sábado, o presidente americano ameaçou aplicar uma tarifa de 30% sobre itens europeus, incluindo carros, o que elevou a tensão entre as duas economias.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que as medidas retaliatórias, que entrariam em vigor caso a tarifa fosse aplicada, ficarão suspensas até 1º de agosto para permitir novas negociações. Ela acrescentou que a expectativa é de que um acordo seja alcançado dentro desse prazo, minimizando o impacto de uma guerra comercial.
Reações e perspectivas do mercado
Especialistas do setor avaliam a situação como uma estratégia típica de Trump para pressionar por melhores negociações. Chris Turner, chefe de estratégia cambial do ING, afirmou que “esse tipo de ameaça parece algo típico do presidente Trump quando tenta concluir novos acordos. Esperamos um acordo melhor para a Europa do que esse, mas pode haver ruído até 1º de agosto”.
Enquanto isso, o Reino Unido já fechou acordo comercial com os EUA, o que reforça a expectativa de que as negociações globais continuarão buscando soluções diplomáticas para evitar maiores turbulências.
Perspectivas futuras e análise dos riscos
Apesar da postura de cautela, analistas mantêm a previsão de que o clima de tensão deve diminuir com o avanço das negociações. A manutenção da estabilidade do euro e das bolsas europeias indica que os investidores aguardam uma resolução pacífica da disputa, evitando impactos mais profundos na economia global.
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