O lançamento de “Superman” dirigido por James Gunn, em 11 de julho, despertou reações polarizadas na internet, especialmente entre opositores de agendas progressistas. Ao chamar Superman de “imigrante”, Gunn reafirmou os valores de esperança e solidariedade asociados ao herói, o que gerou forte resistência da parte de grupos conservadores e seguidores da ideologia MAGA.
Reações de grupos conservadores e acusações de “woke”
Durante entrevista ao The Sunday Times, Gunn afirmou que “Superman é a história da América, de um imigrante que veio de outro lugar e representa valores de bondade humana”. Essa declaração foi imediatamente recebida com críticas de setores da direita, que consideram o filme “muito woke”.
Kellyanne Conway, ex-asesora de Donald Trump, afirmou: “Não vamos ao cinema para sermos sermoneados ou ter ideologias empurradas goela abaixo”, enquanto Jesse Watters, apresentador da Fox News, ironizou ao dizer que “no seu manto, está escrito MS-13”, referindo-se à gangue salvadorenha considerado grupo terrorista.
Reações anti-imigrantes e debates históricos
Outros representantes, como o comentarista Ben Shapiro, defenderam que Superman é um “imigrante que assimila aos valores americanos e os leva para a cidade grande”. Por outro lado, Dean Cain, que interpretou Superman na série dos anos 1990, questionou: “Até que ponto Hollywood está tornando esse personagem ‘woke’?”.
Na internet, fazendas de memes relembraram cenas de antigos episódios de “Smallville”, em que Clark Kent se refere a si mesmo como “imigrante ilegal”, reforçando que o tema da imigração já faz parte do universo do personagem há anos.
Superman, herói universal e símbolo de esperança
Enquanto a discussão se intensifica, especialistas e fãs destacam que, historicamente, super-heróis sempre refletiram questões sociais e valores de resistência contra opressões. Desde a criação do personagem em 1938 por imigrantes, Superman tem sido símbolo de esperança e inclusão.
Para muitos, acusar um herói de “woke” por promover valores de empatia e diversidade é uma interpretação distorcida. “Superman é um símbolo de esperança, não uma propaganda política”, comenta a roteirista Carolina Faria. “Se a sociedade hoje está mais cética ou intolerante, isso reflete os problemas reais do mundo, não uma falha do personagem.”
Resistência e defesa na internet
Apesar da enxurrada de críticas, o público online se divide entre ataques e defesas fervorosas às mensagens de gentileza e inclusão do filme. Um usuário desabafou: “Vocês têm medo de que o Superman mostre que ser gentil é uma força, não fraqueza.”
Especialistas reforçam que a popularidade do herói transcende debates políticos e ideológicos, sendo um retrato das próprias contradições de uma sociedade que luta para equilibrar valores tradicionais com uma busca por maior justiça social.
Olhar para o futuro
James Gunn declarou que seu objetivo é trazer uma narrativa que reflita tempos atuais, sem perder de vista a essência de esperança e humanidade do personagem. A controvérsia, portanto, pode indicar uma fase de transformação na representação dos heróis nas telas.