Brasil, 14 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo brasileiro busca reverter tarifas comerciais dos EUA

Tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil vão impactar comércio.

O governo federal brasileiro intensificará os esforços para reverter a recente imposição de tarifas comerciais sobre as exportações do Brasil para os Estados Unidos, anunciada na quarta-feira (9) pelo presidente americano Donald Trump. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, manifestou descontentamento com a medidas e afirmou que a tarifa é prejudicial não apenas ao Brasil, mas também ao consumidor norte-americano.

Resposta do governo brasileiro

Após a inauguração do Novo Viaduto de Francisco Morato em São Paulo, Alckmin declarou: “Nós vamos trabalhar para reverter isso, porque não tem sentido essa tarifa. Ela, inclusive, prejudica também o consumidor norte-americano. Nós entendemos que ela é inadequada, ela não se justifica. Vamos recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC)”.

O vice-presidente ressaltou que reuniões com o setor privado estão previstas para os próximos dias, além da análise da aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica. Essa lei, sancionada em abril, serve como um instrumento para suspender concessões comerciais em resposta a ações unilaterais de outros países que afetam a competitividade do Brasil no cenário internacional.

Superávit da balança comercial

Alckmin também citou que os Estados Unidos possuem um superávit na balança comercial com o Brasil, tanto em serviços quanto em bens. “Os Estados Unidos têm conosco superávit na balança comercial, tanto de serviços quanto de bens. O Brasil não é problema para os Estados Unidos. Os Estados Unidos têm déficit na sua balança. E o Brasil e os Estados Unidos têm uma integração produtiva”, disse ele. O vice-presidente fez questão de enfatizar a importância da estabilidade e previsibilidade para o mundo econômico.

Novas tarifas impostas por Trump

No mesmo contexto, Trump anunciou uma taxa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, a ser aplicada a partir de 1º de agosto, através de uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, o presidente americano justifica a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Além disso, Trump menciona ordens judiciais emitidas contra apoiadores de Bolsonaro que residem nos Estados Unidos.

“A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar imediatamente!”, afirmou Trump na carta.

Iniciativas internas do governo brasileiro

Em paralelo a essa crise comercial, Alckmin lembrou da implementação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) zero para carros sustentáveis, uma iniciativa que búsqueda tornar veículos de entrada mais acessíveis. A medida foi anunciada pelo presidente Lula na semana anterior e promete reduzir em até R$ 12.000 o preço desses veículos, priorizando a eficiência energética e a sustentabilidade.

“Isso pode reduzir o preço do carro de entrada em R$ 10.000, R$ 12.000. É uma medida importante que ajuda a população a ter acesso àquele carro mais barato e sustentável, um carro que não polui. Privilegia a eficiência energética, a questão da sustentabilidade e também é social”, destacou Alckmin.

O decreto assinado por Lula no dia 10 de agosto último cobre veículos compactos que são produzidos no Brasil, com ênfase na eficiência ambiental. Essa ação integra o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), implementado no ano passado, que visa descarbonizar a frota automotiva do país através de incentivos fiscais.

Os veículos que poderão se beneficiar do IPI zero devem atender a quatro critérios: emitir menos de 83 gramas de CO₂ por quilômetro, conter mais de 80% de materiais recicláveis, ser fabricados no Brasil e se encaixar nas categorias de carro compacto.

Com essas iniciativas, o governo busca não apenas responder às novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, mas também avançar em políticas que priorizam a sustentabilidade e promovem o bem-estar social.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes