Recentemente, a deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez não hesitou em chamar Donald Trump de “estuprador”, e comentou sobre a crise do movimento MAGA em relação à sua gestão nos arquivos do infrator sexual Jeffrey Epstein. A declaração de Ocasio-Cortez chamou a atenção não só pela gravidade da acusação, mas também pelo contexto em que foi feita. Durante um post nas redes sociais na última sexta-feira, a congressista de Nova York escreveu: “Quem diria que eleger um estuprador complicaria a liberação dos arquivos de Epstein?”
A crise no MAGA e os arquivos de Epstein
A crise no movimento MAGA se intensificou após o anúncio de que os arquivos relacionados a Epstein não continham uma lista de clientes ou evidências que sugerissem que Epstein teria sido assassinado, desmentindo duas teorias conspiratórias populares. A situação gerou um clamor significativo dentro do MAGA, que expressou seu descontentamento de forma bastante pública.
Em outro post, Ocasio-Cortez compartilhou uma matéria da WIRED que afirmava que o que o Departamento de Justiça (DOJ) chamava de “filmagem bruta completa” da cela de Epstein na noite de sua morte provavelmente havia sido modificada. A liberação dessa filmagem tinha como objetivo desmistificar teorias relacionadas a sua morte, que oficialmente foi classificada como suicídio.
A resposta de Trump e do seu gabinete
Na última reunião do gabinete, Trump se mostrou irritado ao ser questionado sobre os arquivos de Epstein, dissendo: “Este cara foi falado por anos. Temos Texas, temos isso, temos tudo, e as pessoas ainda estão falando sobre esse cara, esse cretino? Isso é inacreditável.” Trump buscou desviar a atenção do assunto, demonstrando descontentamento com a persistente cobertura midiática em torno de Epstein.
Após as declarações de Ocasio-Cortez, o diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, disparou críticas à deputada, afirmando que ela “gosta de se fazer de importante, mas na verdade é uma infeliz que está tentando compensar sua evidente falta de autoconfiança”. Cheung referiu-se ao que chamou de “Síndrome de Derrotas de Trump”, sugerindo que ela precisa de ajuda.
Controvérsias passadas e as acusações
As interações entre Trump e Ocasio-Cortez têm sido tensas nos últimos anos. Em ocasiões anteriores, Trump já se referiu à deputada de forma pejorativa, rotulando-a como “AOC burra” e a “membro mais estúpido do Congresso”. Com um histórico de acusações contra Trump, Ocasio-Cortez não é estranha a tal retórica. Em um comício no início deste ano, ela declarou que, para Trump encontrar “estupradores e criminosos”, ele deveria “se olhar no espelho”.
No âmbito jurídico, Trump foi considerado civilmente responsável por abusos sexuais contra a escritora E. Jean Carroll em um julgamento em Manhattan, que resultou na condenação que impôs a ele o pagamento de 5 milhões de dólares. Porém, o código penal de Nova York define o estupro de maneira que não se aplicava diretamente ao caso de Carroll, o que trouxe à tona debates sobre a interpretação legal versus o entendimento comum do termo. Durante a apelação do caso, um juiz esclareceu que, embora o júri não tenha encontrado evidências de violência sexual de acordo com a lei, isso não significa que a acusação de estupro, como o público a entende, não é válida.
Conexões com Epstein
Trump e sua associação com Epstein continuam a ser temas de intenso escrutínio. Enquanto há registros de que ambos foram vistos juntos em várias ocasiões antes da presidência de Trump, ele nega ter viajado no jato de Epstein ou ter visitado sua ilha particular.
Além disso, no ano de 2024, o Daily Beast publicou gravações de áudio de 2017 em que Epstein se refere a Trump como seu “amigo mais próximo”. A morte de Epstein, que aguardava julgamento por várias acusações de tráfico sexual de menores, ocorreu em 10 de agosto de 2019, e seu caso continua a gerar controvérsias e teorias conspiratórias até hoje.
Reflexão final
A crítica de Ocasio-Cortez a Trump é apenas um dos muitos exemplos de como as discussões sobre justiça, abuso de poder e responsabilidade estão no centro do debate político atual. À medida que as investigações sobre Epstein e as respostas de figuras como Trump continuam, o público observa atentamente como essas narrativas se desenrolam nos meios de comunicação e nas arenas políticas.
