Brasil, 13 de julho de 2025
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Tarifa de 50% de Trump ameaça indústria de armas no Brasil

A tarifa imposta por Donald Trump pode impactar negativamente as exportações brasileiras de armas, essenciais para a indústria nacional.

A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, está gerando preocupações significativas para a indústria de armas no Brasil. Levantamentos apontam que o mercado americano absorveu 61,3% das exportações brasileiras do setor em 2024, o que evidencia a importância desse mercado para os fabricantes nacionais.

O impacto nas exportações brasileiras

De acordo com a plataforma Comex Stat, gerida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil exportou cerca de US$ 528 milhões em itens da categoria “armas e munições; suas partes e acessórios” em 2024. Desse total, impressionantes US$ 323 milhões tiveram como destino os Estados Unidos, o que representa um valor exorbitante considerando a quantidade que o Brasil importa do país, que foi de apenas US$ 17,6 milhões.

Uma relação comercial desigual

Essa relação comercial demonstra que o Brasil vende para os EUA 18 vezes mais do que compra na categoria de armamentos. Em uma comparação mais ampla, o valor exportado para os Estados Unidos supera em 11 vezes os US$ 27 milhões que foram enviados aos Emirados Árabes Unidos, o segundo maior parceiro comercial do Brasil nesse segmento.

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Memórias da guerra comercial

A tarifa de Trump não surge do nada; ela se insere em um contexto mais amplo de políticas protecionistas que o presidente americano adotou desde o início de seu mandato. A “guerra comercial” que ele declarou ao mundo envolve também o grupo dos Brics, do qual o Brasil faz parte. Além disso, Trump demonstrou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), envolvido em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostas tentativas de golpismo, reforçando a interconexão política entre os dois países.

Reações no governo brasileiro

O anúncio da taxa gerou uma onda de reações nas redes sociais, levando o governo Lula a se mobilizar para responsabilizar Bolsonaro pela situação enfrentada. Fontes do MDIC alertaram que, embora a taxação tenha potencial para impactar significativamente a indústria de armas brasileira, ainda é cedo para determinar a profundidade desse impacto.

Resposta do Brasil e Lei da Reciprocidade

Em resposta a essa nova medida comercial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que utilizará a Lei da Reciprocidade Econômica, sancionada em abril de 2024, para responder à tarifa imposta por Trump. Lula enfatizou que qualquer elevação unilateral de tarifas será abordada à luz dessa legislação, defendendo a soberania do país e os interesses da população brasileira.

“Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da lei brasileira de reciprocidade econômica. A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”, destacou o presidente, revelando a intenção de manter um diálogo claro e equilibrado nas relações comerciais internacionais.

Considerações finais

A imposição da tarifa de 50% por Trump representa não apenas uma barreira comercial, mas também um desafio estratégico para a indústria armamentista brasileira, que depende fortemente das exportações para os Estados Unidos. O cenário torna-se ainda mais complicado dentro de um contexto de tensões políticas e comerciais globais. A reação do governo Lula, com sua proposta de utilizar a Lei da Reciprocidade Econômica, reflete uma tentativa de proteger os interesses nacionais em um ambiente cada vez mais volátil e competitivo.

Por fim, o impacto desse tarifão ainda permanece incerto, mas os desdobramentos nas próximas semanas e meses poderão definir novos rumos e desafios para a indústria das armas no Brasil.

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