No dia 12 de julho de 2025, São Tomé e Príncipe celebra meio século de independência, um marco significativo que ressalta a trajetória de lutas e conquistas do país. Neste contexto, a escritora Alda de Barros destacou a importância da poetisa Alda Espírito Santo, a quem considera a “Matriarca da Nação”, em entrevista à Vatican News durante o Festival de Literatura-Mundo do Sal, realizado em Cabo Verde.
A importância de Alda Espírito Santo
Alda Espírito Santo, uma das figuras mais emblemáticas do movimento de independência de São Tomé e Príncipe, foi homenageada no festival. Alda de Barros, que teve a oportunidade de conviver com a poetisa, relembra a firmeza e o compromisso de Espírito Santo, que faleceu em 2010, aos 84 anos. Para Alda de Barros, os valores defendidos por Espírito Santo são fundamentais e permanecem relevantes para a nação, que enfrenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento e à valorização cultural.
Reflexões sobre a cultura e identidade nacional
A escritora enfatizou que a cultura deve ser vista como um pilar essencial da identidade nacional. De acordo com Alda de Barros, é crucial que São Tomé e Príncipe valorize sua rica herança cultural para se estabelecer no mundo e se afirmar no cenário internacional. Durante a entrevista, ela expressou preocupação com a falta de atenção ao patrimônio cultural do país, que, em seu entendimento, é uma forma vital de promover a identidade nacional.
A importância do Festival de Literatura-Mundo do Sal
O Festival de Literatura, promovido pela Rosa de Porcelana Editora, é um espaço que não apenas celebra a literatura, mas também serve como plataforma para discutir questões relevantes sobre a sociedade e a cultura. No evento, tanto Alda de Barros quanto outros poetas de países da CPLP, como Angola, Cabo Verde e Moçambique, se uniram para refletir sobre os 50 anos de independência, fortalecendo laços culturais e promovendo diálogos sobre o futuro dessas nações.
O legado de Alda de Barros
Alda de Barros, além de homenagear a “Matriarca”, também foi reconhecida por suas próprias contribuições à literatura. Com duas obras publicadas, “A Flor Branca do Baobá” (2017) e “Chuva de Prata” (2019), a escritora anuncia que está finalizando novos textos, incluindo “Outros Silêncios”, que aborda o tema da saúde mental. Esta questão é abordada em seu poema “Worried Love”, publicado em uma antologia da ONU, revelando seu compromisso com a conscientização sobre a saúde mental.
A trajetória de Alda de Barros inclui não apenas a vivência no campo literário, mas também a experiência fora de São Tomé e Príncipe. Sua formação em Relações Internacionais e as missões internacionais da ONU em países em conflito, como Guiné-Bissau e Timor-Leste, enriquecem sua visão de mundo e a influenciam como autora. Agora, ela planeja dedicar mais tempo à escrita e ao desenvolvimento de projetos que beneficiem sua terra natal.
Um futuro promissor para a literatura e cultura santomense
Durante o Festival, Alda de Barros expressou o desejo de que São Tomé e Príncipe siga o exemplo de outros países que valorizam suas literaturas e culturas. Ela mencionou o FICA, Festival Internacional de Cultura e Alimentação, que acontecerá em outubro de 2025 no país, um evento que promete contribuir para o fortalecimento da identidade cultural e o turismo. Além disso, demonstrou otimismo ao ver novas gerações de poetas, como Goretti de Pina, se destacando na cena literária.
Alda de Barros ainda aproveitou a entrevista para traçar um paralelismo entre as situações de conflito que vivenciou em sua carreira e os desafios atuais enfrentados globalmente. Considerando o Papa Francisco uma figura central na promoção da paz, ela enfatizou a necessidade de diálogos e iniciativas que visem a harmonia entre os povos.
Para aqueles que desejam conhecer mais sobre a trajetória de Alda de Barros e a posição da literatura no contexto de São Tomé e Príncipe, a entrevista na íntegra pode ser ouvida no podcast do programa “África em Clave Cultural: personagens e eventos”, disponível em diversas plataformas.
