Brasil, 13 de julho de 2025
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Stellan Skarsgård revela aspectos controversos de Ingmar Bergman

Ator discute a complexa relação com o diretor, destacando suas crenças nazistas e seu legado cinematográfico.

O renomado ator Stellan Skarsgård, conhecido por seu trabalho em Dune e Good Will Hunting, provocou polêmica ao afirmar que o icônico diretor sueco Ingmar Bergman era “o único que eu conheço que chorou quando Hitler morreu”. As declarações foram feitas durante o Festival de Cinema de Karlovy Vary na República Tcheca, onde Skarsgård explorou sua relação complicada com Bergman, um dos realizadores mais influentes da história do cinema, falecido em 2007.

A influência de Ingmar Bergman no cinema

Bergman é aclamado por clássicos como The Seventh Seal e Persona, filmes que moldaram a linguagem cinematográfica. Seu trabalho recebeu diversos prêmios e indicações, incluindo a nomeação ao Oscar de Melhor Filme por Cries and Whispers em 1972. No entanto, a grandeza de sua obra não pode ser dissociada de suas crenças pessoais, que, conforme mencionado por Skarsgård, eram profundamente controversas.

Reflexões de Skarsgård sobre Bergman

Skarsgård descreveu Bergman como um diretor brilhante, mas não uma pessoa amável. “Minha relação complicada com Bergman tem a ver com ele não sendo uma pessoa muito legal”, disse o ator. Umas de suas declarações mais contundentes incluem a confissão de que, apesar de sua genialidade, Bergman tinha visões problemáticas sobre as pessoas. Skarsgård citou o maestro europeu Caravaggio, dizendo que, embora ele também tenha sido um “babaca”, suas obras-primas de pintura ainda são admiradas.

Em relação ao seu passado, Bergman admitiu suas antigas crenças nazistas em vida, alegando que elas foram abandonadas após a brutal revelação do Holocausto. O cineasta, que testemunhou Hitler em um comício na Alemanha em 1936, descreveu o líder nazista como “incrivelmente carismático” e que a ideologia nazista parecia atraente em sua juventude. No entanto, sua mudança de perspectiva ocorreu após a visão do horror dos campos de concentração.

Os desafios de separar a arte do artista

A discussão sobre como separar a arte de seu criador é um tema recorrente nas artes, especialmente quando o criador possui um histórico problemático. Skarsgård afirmou que, apesar de Bergman ter sido manipulado e de suas crenças ter gerado desconforto, suas obras ainda são relevantes e significativas. Ele expressou que é um desafio perdoar as pessoas que causaram dor, especialmente quando suas ações foram tão extremas. Contudo, isso não tira o valor de suas criações artísticas, que continuam a ressoar com o público até hoje.

A importância de discutir a moralidade na arte

Os comentários de Skarsgård levantam questões importantes sobre a moralidade na arte e até que ponto devemos considerar a vida pessoal de um artista ao avaliar seus trabalhos. Este debate é intensificado quando se trata de figuras históricas que contribuíram significativamente para suas áreas, mas que também estão ligadas a crenças ou comportamentos que vão contra os valores contemporâneos de inclusão e respeito.

O ator concluiu sua fala afirmando que as pessoas muitas vezes desculpam comportamentos problemáticos, mas é crucial manter um senso crítico em relação aos indivíduos, independentemente de suas contribuições artísticas. O legado de Bergman, como o de muitos artistas célebres, é complexo e multifacetado, exigindo uma análise cuidadosa e equilibrada.

Com essas revelações, Skarsgård não apenas presta homenagem ao talento de Bergman, mas também nos convida a refletir sobre a natureza humana, suas contradições e a eterna batalha entre o bem e o mal que existe em todos nós.

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