A Justiça de São Paulo decretou, nesta sexta-feira (11), a prisão preventiva de João Nazareno Roque, 48 anos, investigado pelo maior ataque hacker ao sistema financeiro do país. O técnico de TI, que tinha sido preso temporariamente desde o dia 3 de julho, teve sua detenção convertida em prisão sem prazo determinado por envolvimento no crime.
Detalhes do ataque hacker à C&M
Roque teria fornecido suas credenciais de acesso ao sistema financeiro da empresa de tecnologia C&M, que conecta bancos menores e fintechs ao Pix do Banco Central. Segundo informações da polícia, ele foi abordado por um homem na rua, que sabia onde ele trabalhava, e recebeu uma oferta de pagamento para facilitar o acesso ao sistema. O depoimento do suspeito revela que recebeu inicialmente R$ 5 mil e uma promessa de mais R$ 10 mil após a realização das transferências ilegais.
Impactos e prejuízos financeiros
O ataque, realizado na madrugada do dia 30 de junho, resultou na transferência de recursos de contas vinculadas ao Pix para outras contas, incluindo grandes bancos e instituições suspensas pelo Banco Central, como Transfeera, Nuoro Pay e Soffy. O prejuízo estimado pelo mercado foi de aproximadamente R$ 800 milhões. O golpe atingiu cerca de 40 participantes do sistema de transferências, em uma operação que já é considerada a maior tentativa de fraude digital da história do país.
Operação policial e prisão
Durante o depoimento, Roque afirmou ter sido abordado por um homem que sabia de seu trabalho na C&M e lhe ofereceu pagamento para fornecer suas credenciais. A polícia identificou o grupo responsável pelo ataque, que utilizou as credenciais do técnico para executar as transferências em massa. A prisão dele foi decretada com base na gravidade do crime e nos prejuízos causados.
Perspectivas futuras e medidas de segurança
A prisão de João Nazareno Roque reforça a necessidade de maior atenção às práticas de segurança digital nas empresas do setor financeiro. Autoridades e especialistas apontam para a importância de aprimorar os sistemas de proteção contra ataques cibernéticos e de monitoramento constante das operações financeiras para evitar novos golpes semelhantes.