Na quinta-feira, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um amplo projeto de lei que inclui cortes de impostos e restrições ao Medicaid, enviando a proposta para assinatura do presidente Donald Trump. A legislação, que passou por um processo controverso, teve forte oposição, especialmente entre os democratas, e deve impactar negativamente milhões de brasileiros no país.
Controvérsias em torno da lei e seus efeitos
O projeto, aprovado por 218 votos a 214, desafia diferentes setores ao consolidar cortes de cerca de US$ 4,5 trilhões nos impostos, beneficiando principalmente os mais ricos, e reduzir gastos sociais, como o Medicaid, o que ameaça o acesso à saúde de populações vulneráveis. Segundo analistas, a legislação aumentará a dívida pública em mais de US$ 3,4 trilhões ao longo dos próximos anos.
Os democratas criticaram duramente o pacote. “Este projeto é cruel, covarde e uma traição aos valores do país”,
afirmou o líder de oposição, Hakeem Jeffries, em discurso de quase nove horas na Câmara. A iniciativa também reforça ações de criminalização de imigrantes, destinando US$ 150 bilhões para a política de deportação de Trump, incluindo $45 bilhões para novos centros de detenção e mais de $29 bilhões para agentes do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE).
Impactos sociais e econômicos
O projeto propõe a implementação de novos requisitos de trabalho no Medicaid, obrigando adultos sem deficiência a comprovar atividades laborais ou de voluntariado, mesmo que seja pouco provável que consigam empregos com cobertura de saúde. Essa mudança, prevista para começar no ano fiscal de 2027, poderá deixar milhares de pessoas sem acesso ao programa.
Além disso, a legislação reforça cortes no Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP), ao estabelecer que estados com altos índices de pagamentos incorretos deverão dividir custos, criando o risco de políticas mais restritivas. Essas medidas ocorrem em meio às crescentes preocupações sobre os efeitos na saúde pública e na economia rural.
Reações e críticas de parlamentares
Figuras como o líder democrata Jeffries denunciaram a legislação como um ataque à saúde.
“A proposta efetivamente terminará com o Medicaid como conhecemos”,
afirmou. Por outro lado, alguns republicanos, como os que votaram contra o pacote na fase inicial, acabaram cedendo às pressões do partido e do presidente Trump.
O governador de Maryland, Larry Hogan, e outros moderados expressaram dúvidas sobre os cortes no programa social, mas votaram a favor após mudanças feitas na última hora. As negociações foram marcadas por debates acirrados e protestos internos, refletindo a divisão na legenda republicana.
Perspectivas e próximos passos
O projeto agora seguirá para assinalamento de Trump, que deve sancionar a medida nos próximos dias. Especialistas alertam que o impacto negativo na economia e na assistência social pode persistir, agravando desigualdades e comprometendo a saúde pública mundialmente.
Enquanto isso, analistas continuam a alertar sobre o aumento da dívida e a devastação potencial dos serviços públicos, o que pode influenciar o cenário político nos próximos anos e gerar debate sobre a sustentabilidade das políticas fiscais adotadas.