A Fitch, agência de classificação de risco americana, estima que a tarifa efetiva sobre os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos será de aproximadamente 35%. A previsão leva em conta isenções e tarifas diferenciadas para setores específicos, como aço e autopeças, que já haviam sido anunciadas pelo governo americano.
Impacto das exceções e interpretações sobre a tarifa de 50%
Questionada, a Fitch afirmou que “a comunicação oficial (carta de Trump) não está totalmente clara quanto à questão das exceções”, mas que acredita que essas isenções continuarão a existir. A interpretação da agência baseia-se no trecho da carta do presidente Donald Trump, que afirma que a alíquota de 50% será cobrada “separadamente de todas as tarifas setoriais”.
Segundo a Fitch, “a alíquota de 50% é uma medida recíproca, substituindo a tarifa anterior de 10% e incorporando as tarifas setoriais atualmente em vigor — ou seja, tarifa zero para algumas exceções, 50% para alumínio e aço, e 25% para automóveis e autopeças”, explicou em nota.
Estimativas e fatores considerados na projeção
O cálculo preliminar da Fitch baseia-se na divisão do total projetado de tarifas, que deve alcançar cerca de US$ 14 bilhões, pelas importações estimadas para 2024, de aproximadamente US$ 42 bilhões, levando em conta as exceções tarifárias.
A estimativa de uma tarifa efetiva de 35% sobre todas as importações brasileiras pelos EUA considera, ainda, setores específicos, como o de óleo e gás. Segundo a Fitch, “com valor estimado em cerca de US$ 9 bilhões (previsão para 2024), acreditamos que esse segmento continuará recebendo tratamento tarifário zero”.
Produtos brasileiros afetados e suas exportações
Segundo a agência, em 2023, o Brasil exportou para os Estados Unidos cerca de US$ 700 milhões em aço e alumínio, além de US$ 300 milhões em insumos farmacêuticos, US$ 2,7 bilhões em produtos como cobre e madeira, e US$ 100 milhões em semicondutores e outros produtos tecnológicos.
Contexto e possíveis desdobramentos
A discussão sobre tarifas comerciais entre Brasil e Estados Unidos ganhou destaque após o anúncio de tarifas de 50% pelo governo americano, com possíveis impactos na balança comercial brasileira e na competitividade de setores importantes. A previsão da Fitch aponta para um cenário de tarifas efetivas mais moderadas, considerando as exceções e interpretações em andamento.
Especialistas internacionais ressaltam que o desfecho dessa questão poderá influenciar as negociações comerciais entre os dois países e impactar as exportações brasileiras nos próximos anos.
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