Brasil, 12 de setembro de 2025
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Ministro nega racha do PDT com o governo e ressalta demandas

Wolney Queiroz, ministro da Previdência, afirmou que a relação é tensa pela cobrança de demandas não atendidas pelo Palácio do Planalto.

O ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT), se manifestou nesta sexta-feira, durante o 20º Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), em São Paulo, para negar a existência de um racha entre o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Queiroz, apesar do clima tenso, o que ocorre é uma cobrança por mais atenção do Palácio do Planalto em relação às demandas do partido, especialmente em tempos onde necessidades só aumentam.

Demandas por mais atenção

Em suas declarações, o ministro ressaltou que não há uma desavença entre a bancada do PDT e a administração federal. “Agora, existem demandas do PDT, e de todos os partidos, que não são atendidas. E o partido sempre tensiona o governo para conseguir mais verbas, emendas, recursos para os municípios e para os estados. É uma disputa natural”, afirmou Queiroz.

A tensão política se intensificou após a exoneração de Carlos Lupi, ex-presidente da sigla, em maio. Na ocasião, os 17 deputados da bancada do PDT chegaram a anunciar uma declaração de independência nas votações na Câmara, gerando incerteza sobre a relação entre o partido e o governo. Contudo, Queiroz, que assumiu a pasta da Previdência após a saída de Lupi, contradisse as especulações de ruptura afirmando que sua nomeação teve o respaldo das lideranças do partido em ambas as casas do Legislativo.

Relação com o governo e a importância da atenção

O ministro explicou que antes de assumir o Ministério, se reuniu com os líderes do Senado e da Câmara, e destacou que sua ida à pasta foi consensual. “Os deputados me ligaram dizendo: ‘não temos nenhum problema com você’. Não há um problema com relação à minha ida para o Ministério”, definiu Queiroz. Para ele, essa clareza nas relações é fundamental, e a declaração de independência nas votações da Câmara serviu como um sinal de que o PDT precisa de “mais atenção” da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).

Recentemente, Gleisi se encontrou com 17 deputados federais do PDT, em uma tentativa de reaproximação. Após o encontro, o líder da bancada na Câmara, Mário Heringer (MG), reafirmou a independência da sigla, mas deixou claro que a posição não se trata de uma oposição ao governo.

Alinhamento programático e expectativas futuras

Apesar dos distanciamentos momentâneos, Queiroz destacou que o PDT mantém um alinhamento programático com o governo Lula, e expressou a expectativa de que o partido vote a favor do governo “na maioria das vezes”. Ele reforçou que, como um partido de centro-esquerda, as pautas do PDT são semelhantes às do PSB e do PT, o que sugere um terreno comum para a colaboração nas votações.

Além dos desafios internos do partido, Queiroz também foi questionado sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que irá investigar fraudes bilionárias no INSS, prevista para o segundo semestre. Ele comentou que essa CPI será uma oportunidade para o governo demonstrar que atuou no combate às irregularidades.

O ministro pontuou que os principais responsáveis por omissões em alertas internos ao Ministério da Previdência sobre as fraudes devem ser convocados, mencionando nomes como o procurador-geral do INSS, Virgílio Filho, e o ex-diretor de Benefícios, Vanderlei Barbosa dos Santos, ambos afastados após investigações.

Impactos eleitorais e a corrida presidencial de 2026

Questionado sobre os possíveis impactos eleitorais do escândalo, especialmente com vistas à corrida presidencial de 2026, Queiroz evitou misturar a situação atual com as eleições futuras. “Reconheço que o desgaste político existe, mas avalio que o desfecho da investigação pode influenciar o cenário eleitoral”, disse, reafirmando sua confiança em um processo que deve esclarecer a responsabilidade por fraudes passadas.

“Tem um impacto eleitoral, mas acredito firmemente que temos uma boa exposição para fazer na CPI que irá comprovar que não foi no governo Lula que começou, mas foi o governo Lula que terminou com o roubo aos aposentados”, concluiu Queiroz, afirmando que sua expectativa é de que Lula possa recuperar os recursos desviados e auxiliar os aposentados.

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