O São Paulo é um clube identificado, tradicionalmente, ao futebol uruguaio. Atletas da Celeste Olímpica marcaram época na história do Tricolor ao longo dos anos. Pedro Rocha, Darío Pereira, Pablo Forlan e Diego Lugano são alguns dos jogadores que não só vingaram com a camisa do São Paulo, mas que se tornaram ídolos da torcida.
No entanto, a conversa é diferente quando se fala em atletas chilenos no Morumbi. Além das contratações de jogadores do Chile serem raras, eles não costumam ficar por muito tempo no Tricolor e não conseguem criar conexão com a torcida.
Romper esse padrão é o desafio do novo reforço do São Paulo para a temporada. A equipe está prestes a anunciar o atacante chileno Gonzalo Tapia, do River Plate da Argentina, para o restante da temporada.
Em meio a contenção de gastos, o Tricolor foi atrás do jovem, de 22 anos, que foi revelado pela Universidad Católica do Chile e foi contratado pelo River em 2025. Contudo, pelo clube argentino ele jogou pouco, não marcou gol e sequer deu assistência.
Para superar os compatriotas que vestiram a camisa do São Paulo em termos de números, até que ele não vai precisar de um desempenho fora da curva. Com poucas exceções, os chilenos não costumam ir bem jogando pelo Tricolor.
Histórico de chilenos no Tricolor
Desempenhos aquém das expectativas
Veja a lista de chilenos que passaram pelo clube:
Eugênio Mena – O lateral-esquerdo jogou pelo São Paulo na temporada de 2016. Ele atuou 45 vezes pelo clube e deu uma assistência. Apesar de fazer parte da campanha que levou o Tricolor às semifinais da Copa Libertadores daquele ano, o chileno não deixou saudades nos torcedores.
Nélson Saavedra – Contratado pelo São Paulo em 2009, Saavedra não chegou a entrar em campo com a camisa do clube. Foi emprestado para o Atlético-GO e retornou ao futebol chileno.

Cláudio Maldonado – A exceção à regra. Maldonado chegou ao Tricolor em 2000 e conquistou espaço entre os titulares. Ele foi campeão do Paulistão daquele ano e também venceu o Torneio Rio-São Paulo, de 2001, e o Super Paulistão, em 2002. Entretanto, a identificação que vinha sendo construída no início do século acabou diluída ao longo dos anos, pois a partir de 2003, Maldonado rodou o Brasil e atuou por clubes como Cruzeiro, Flamengo, Santos e Corinthians.
José Luis Sierra – O camisa 10 chileno chegou com status de craque no clube. Cotado para ser o substituto de Raí e Leonardo, que deixaram o time, Sierra foi apresentado à torcida de forma inusitada, chegando de helicóptero no Morumbi em 1994. Após uma temporada abaixo das expectativas, ele deixou o clube com apenas 43 jogos e 3 gols marcados.
Roberto Rojas – O goleiro jogou três temporadas no São Paulo entre 1987 e 1989. Ele atuou em 40 oportunidades. Rojas ficou marcado por um vexame histórico, sendo banido do futebol após protagonizar uma farsa em uma partida entre Brasil e Chile, em 1989, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Na ocasião, ele se cortou com uma lâmina após um sinalizador ser lançado da arquibancada do Maracanã. Contudo, Rojas deu a volta por cima e trabalhou durante anos no São Paulo, primeiro como treinador de goleiros e, posteriormente, como técnico do clube.
Expectativas para Gonzalo Tapia
Com a chegada de Gonzalo Tapia, torcedores e jornalistas esperam que o atacante consiga mudar o histórico dos chilenos no São Paulo. É vital que ele encontre uma sintonia com o time e a torcida para deixar sua marca na história do clube.
O contexto torna-se ainda mais interessante dado que o atacante sofreu com críticas e até transformou-se em meme entre os torcedores do River Plate, onde não conseguiu se destacar. Agora, no São Paulo, Tapia terá a chance de reverter essa imagem e mostrar seu potencial em um clube que espera ansiosamente por um novo ídolo. Resta saber se ele conseguirá romper as barreiras que os seus compatriotas deixaram em sua passagem pelo Tricolor e escrever uma nova história no Morumbi.