Uma pesquisa recente revelou que a maioria dos adultos nos Estados Unidos apoia as decisões do Supremo Tribunal Federal relacionadas a questões de autorização parental, tratamentos de menores trans e verificação de idade em sites de conteúdo adulto. Os resultados mostram alinhamento significativo com as determinações finais do tribunal, em meio a debates políticos intensos.
Apoio às banidas de tratamentos trans para menores
No dia 18 de junho, o Supremo decidiu que o estado do Tennessee pode proibir tratamentos médicos para menores, incluindo terapias hormonais, bloqueadores de puberdade e cirurgias. Segundo a pesquisa, 64% dos americanos concordam que os estados “deveriam poder banir” certos tratamentos de transição para menores, sendo que 90% dos republicanos e 63% dos independentes apoiam essa ideia. Apenas 38% dos democratas compartilham dessa visão.
Liberdade dos pais na educação sobre gênero
Direito de retirar filhos de debates LGBT
Outro aspecto avaliado foi a permissão dada às escolas para que os pais possam retirar seus filhos de discussões sobre sexualidade e gênero. A maioria dos entrevistados (77%) afirmou que as escolas “devem garantir” essa possibilidade, com apoio mais forte entre republicanos (89%). Todas as correntes políticas concordaram em grande medida, incluindo 69% dos democratas e 72% dos independentes.
Verificação de idade em sites adultas
Quanto ao conteúdo adulto na internet, a pesquisa constatou que 80% dos americanos defendem que os estados possam implementar sistemas de verificação de idade, similar ao exigido por leis de Texas. Essa opinião foi maior entre republicanos (88%) e democratas (75%), demonstrando consenso sobre a necessidade de proteção para menores.
Respostas do governo e investigações em andamento
Após as decisões do tribunal sobre tratamentos de menores trans, o Departamento de Justiça dos EUA iniciou uma série de investigações, enviando mais de 20 intimações a médicos e clínicas envolvidas nesses procedimentos. Numa declaração de julho, a procuradora-geral Pam Bondi afirmou que “profissionais que mutilaram crianças por uma ideologia distorcida serão responsabilizados pelo Departamento de Justiça”.
Perspectivas e críticas
Especialistas afirmam que esses resultados indicam uma mudança na opinião pública, que tende a apoiar uma visão mais conservadora em relação às políticas de saúde e educação sexual. No entanto, críticos apontam que essas decisões podem limitar direitos de minorias e afetar o acesso a tratamentos essenciais para adolescentes trans.
O estudo foi conduzido online entre 10 e 16 de abril por YouGov, envolvendo 2.201 adultos nos EUA, em parceria com universidades como Texas, Harvard e Stanford, e reflete uma sociedade que valoriza a autonomia familiar e a proteção de menores diante de conteúdos considerados prejudiciais.