O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, denunciou as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos e fez um apelo aos governadores dos estados afetados para que busquem soluções em vez de celebrar um “ataque” ao país. Durante a apresentação do Boletim Macrofiscal de junho, Mello destacou que Estados como São Paulo e Espírito Santo, que têm grande relação comercial com os EUA, são os mais impactados.
A posição do governo e a reação dos governadores
Mello enfatizou a necessidade de que setores produtivos e governos estaduais trabalhem juntos para superar esse momento delicado. “A situação exige uma mobilização, não um reconhecimento de culpabilidade”, alertou. Governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo) já vieram a público para criticar as tarifas, mas com enfoques diferentes, optando por dirigir as suas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Zema, ao chamar a taxa de Trump de “errada e injusta”, também mencionou o que considera “intromissões” de Lula nas relações internacionais. Segundo ele, o atual governo deveria se concentrar em encontrar soluções e evitar mais conflitos. Em suas redes sociais, Zema expressou sua insatisfação com as movimentações internacionais do Brasil sob a liderança de Lula, afirmando que “não adianta se esconder atrás do Bolsonaro” para desviar a responsabilidade.
De maneira mais contundente, Tarcísio de Freitas responsabilizou Liu pelos problemas enfrentados. Em suas palavras, “Lula colocou sua ideologia acima da economia”, destacando a ausência de responsabilidade em sua administração.
Impactos econômicos das tarifas de Trump
O Boletim Macrofiscal, que divulga as projeções para a economia brasileira, abordou as implicações que a elevação da tarifa de importação dos Estados Unidos de 10% para 50% pode ter em setores específicos da indústria. Apesar do alarde, a expectativa do governo é de que o impacto sobre o PIB seja limitado em 2025. A Secretaria de Política Econômica acredita que as consequências se darão mais em segmentos da transformação industrial, e não de forma generalizada.
Trump e suas tarifas
- Trump teve atenção especial ao Brasil e ao grupo Brics ao anunciar um tarifaço.
- Ele já declarou que países que não se adequem a “interesses comerciais dos EUA” podem enfrentar taxas ainda maiores.
- O presidente Lula respondeu às tarifas, invocando a soberania nacional e prometendo utilizar a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica como resposta.
- Além disso, Trump deixou claro que as tarifas podem ser revisitadas se o Brasil “abrir seu mercado”.
EUA como parceiro comercial
Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, perdendo apenas para a China. Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA foram de US$ 40,3 bilhões, marcando um aumento de 9,2% em relação ao ano anterior. Produtos como óleos brutos de petróleo, minério de ferro e carne bovina estão entre os principais exportados para o mercado americano.
A situação atual exige não apenas uma resposta política, mas um alinhamento entre os estados, a federação e os setores produtivos do Brasil. Diante da pressão das tarifas impostas e da crítica situação econômica, as autoridades brasileiras são instadas a encontrar um caminho que minimize os danos e estabeleça um diálogo produtivo com o governo dos Estados Unidos.
A batalha política e econômica entre Brasil e EUA promete trazer desdobramentos significativos nos próximos meses, e será essencial que todos os atores envolvidos se mobilizem para enfrentar este desafio com responsabilidade e determinação.
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