Brasil, 12 de julho de 2025
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Dólar avança 0,41% com incertezas sobre tarifas de Trump

Investidores avaliam impacto de tarifas americanas de 50% sobre setores estratégicos do Brasil e a reação do governo brasileiro

Nesta sexta-feira (11), o dólar opera em alta de 0,41%, cotado a R$ 5,5653 às 9h01, em meio às tensões geradas pela possibilidade de tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, ainda não abriu às 10h, mas na quinta-feira fechou em queda de 0,54%, aos 136.743 pontos.

Impacto das tarifas de Trump no mercado brasileiro

O mercado financeiro reage com cautela às possíveis consequências das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, que podem entrar em vigor em 1º de agosto. A medida afeta setores estratégicos como petróleo, aço, carne bovina, café, suco de laranja e aeronaves, além de empresas exportadoras de eletrônicos e produtos manufaturados.

De acordo com levantamento da XP Investimentos, a Embraer é uma das companhias mais expostas, com estimativa de que 23,8% de sua receita depende das vendas aos EUA. Outras empresas consideradas vulneráveis incluem Suzano (16,6%), Tupy (13,9%) e Jalles Machado (11%).

Mercado reage ao aperto comercial dos EUA

O clima de incerteza foi reforçado por anúncios do presidente Donald Trump, que na noite de quinta-feira revelou tarifas de 35% para importações do Canadá e avisou que notificará a União Europeia nesta sexta-feira sobre novas taxas. Desde o início da semana, Trump enviou cartas a 23 países, estabelecendo tarifas mínimas para negociações comerciais.

O efeito imediato foi o aumento do dólar, que acumulou alta de 2,18% na semana e de 2,01% no mês, reduzindo o saldo do ano para uma queda de 10,31%. Já o Ibovespa acumula queda semanal de 0,58% e recuo de 1,52% no mês, embora registre alta de 13,68% no ano.

Repercussões econômicas no Brasil

A adoção de tarifas elevadas pode pressionar a inflação brasileira, levando o Banco Central a manter os juros elevados — atualmente em 15%, o maior em quase duas décadas — para conter eventuais repasses de custos ao consumidor. “Se o dólar permanecer alto, a inflação no Brasil tende a se intensificar, dificultando o ajuste da política monetária”, alerta o economista Robson Gonçalves, da FGV.

Importantes setores de exportação, como petróleo, aço, carnes e produtos agrícolas, podem sentir forte impacto. Segundo estudo da XP, a Embraer, por exemplo, pode ter quase 24% de sua receita afetada pelos tarifas americanas, o que compromete sua competitividade.

Resposta do governo brasileiro e cenário internacional

O presidente Lula prometeu acionar a Lei de Reciprocidade Econômica contra os EUA, uma reação à imposição unilateral de tarifas. Em carta enviada a Trump, Lula afirmou que o Brasil não aceitará imposições e que responderá às tarifas com medidas proporcionais.

Trump justificou as tarifas por motivos políticos, citando a suspeita de que o Brasil e outros países estejam manipulando suas moedas para favorecer exportações. Além disso, as ações de Trump seguem um padrão de aumento das tarifas em diversos países, incluindo o Canadá, com foco na crise do Fentanil, e a União Europeia, indicando uma estratégia de pressão nas negociações comerciais.

Perspectivas futuras e riscos globais

Especialistas indicam que o aumento das tarifas pode elevar os custos de produtos importados globalmente, pressionando a inflação nos EUA e em outros países. Isso poderia levar o Federal Reserve a manter os juros altos por mais tempo, fortalecendo o dólar e dificultando a recuperação de economias emergentes.

O mercado acompanha de perto os anúncios do governo americano e estima que, se as tarifas brasileiras também forem elevadas, haverá uma guerra comercial que pode afetar a economia global e a estabilidade financeira de países como o Brasil.

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