Um levantamentoinédito realizado entre 2021 e 2024 no Parque Estadual do Xingu, localizado no município de Santa Cruz do Xingu, no Mato Grosso, revelou a presença de 363 espécies de aves, destacando a importância da conservação da biodiversidade na Amazônia. O estudo, que faz parte de um livro que será lançado em breve, ressalta a atuação do parque como um refúgio essencial para diversas espécies, inclusive aves ameaçadas de extinção.
Um refúgio para a avifauna brasileira
O Parque Estadual do Xingu não só proporciona abrigo para as aves, mas também desempenha um papel crucial na conservação dos ecossistemas locais. O inventário identificou um total de 363 espécies distribuidas em 69 famílias e 28 ordens. A ordem Passeriformes foi a mais representativa, com mais da metade das espécies registradas, sendo que as famílias Thamnophilidae, Tyrannidae e Thraupidae se destacaram pela diversidade de aves insetívoras e frugívoras.
A avifauna brasileira, rica e diversificada, encontra no Parque do Xingu um habitat ideal para sua sobrevivência. Um exemplo de ave registrada durante o estudo é o macuru-de-testa-branca (Notharchus hyper), que mede cerca de 26 centímetros e pesa entre 81 e 106 gramas. Este e outros moradores do parque revelam a riqueza do local.
Espécies ameaçadas e endêmicas
A preservação de animais ameaçados é um dos aspectos mais críticos do parque. O levantamento detectou 17 espécies ameaçadas, como o jacamim-do-xingu (Psophia interjecta) e o gavião-real (Harpia harpyja). Essas espécies são indicativas da saúde ambiental do lugar, tornando o Parque Estadual do Xingu um ponto focal para iniciativas de conservação.
Além das aves ameaçadas, o estudo confirmou a presença de 13 espécies endêmicas da Amazônia, como a araracanga (Ara macao) e o sete-cores-da-amazônia (Tangara chilensis). Também foram registradas aves migratórias que passam pelo parque, como o maçarico-pintado (Actitis macularius), que se desloca do Hemisfério Norte fugindo do inverno rigoroso. Esta migração destaca a importância do parque como rota e abrigo para estas aves.
Espécies de interesse humano
O levantamento também destacou 28 espécies de interesse econômico, que podem ser utilizadas para subsistência ou possuem potencial cinegético. Entre elas, o mutum-de-penacho (Crax fasciolata) e a azulona (Tinamus tao) foram notadas como espécies que requerem cuidados e políticas eficazes de preservação.
A detecção dessas aves reforça a necessidade de equilibrar as demandas humanas com a proteção ambiental, garantindo que a fauna local tenha a proteção necessária para sobreviver. O estudo enfatiza que as políticas de conservação são essenciais para a sustentabilidade da região e para a manutenção da biodiversidade.
A importância das novas pesquisas
Os autores do estudo destacaram que novas expedições são fundamentais, pois ainda há um potencial significativo para descobertas de mais espécies na região. A mobilidade da avifauna amazônica contribui para a constante mudança e diversidade das aves presentes no Parque Estadual do Xingu.
Em tempos de mudanças climáticas e degradação ambiental, estudos como este são fundamentais para a proteção e a conservação da biodiversidade. Eles oferecem uma visão detalhada do que a Amazônia tem a oferecer e reforçam a importância de preservar áreas naturais que garantam a sobrevivência de suas espécies exclusivas.
O Parque Estadual do Xingu se afirma como um exemplo de como a natureza pode prosperar quando protegida, e os resultados do levantamento reforçam o quanto ainda há por descobrir sobre a riqueza da avifauna brasileira.
Para mais informações sobre a natureza e a conservação, confira o site do Terra da Gente.