Nesta quinta-feira, o Congresso dos EUA aprovou o projeto de lei tributário e de redução do Medicaid, sob forte contestação de democratas e setores da sociedade. O texto, que agora vai para assinatura de Donald Trump, traz amplas devastadoras para programas sociais, saúde e direitos dos imigrantes, além de ampliar a crise fiscal do país.
Repercussões do projeto de lei tributário de Trump
Com votação de 218 a 214 votos, o projeto preserva cortes de impostos favorecendo os ricos e aumenta a dívida nacional em aproximadamente US$ 3,4 trilhões. A lei também amplia restrições ao Medicaid, ameaçando hospitais, especialmente em áreas rurais, ao impor requisitos de trabalho e retirar recursos essenciais.
“Este projeto é cruel, covarde e viola os princípios que o país deveria defender”, afirmou o deputado democrata Jim McGovern, na Câmara. Os republicanos afirmam que o pacote irá gerar crescimento econômico, embora especialistas alertem para os riscos de maior endividamento e desguarnecimento social.
Impacto na saúde, imigração e assistência social
Uma das principais medidas é a redução de financiamento ao Medicaid, que obrigará adultos sem deficiência a cumprir critérios de trabalho, mesmo que indicam baixa probabilidade de emprego com cobertura de saúde. A mudança entra em vigor em 2027.
Além disso, o pacote destinará US$ 150 bilhões às ações de deportação de Trump, incluindo US$ 45 bilhões para novos centros de detenção e US$ 29 bilhões para agentes do ICE. O valor é superior ao orçamento anual do FBI, e sinaliza uma intensificação nas ações antigem de Washington.
“Estamos transformando o ICE numa força paramilitar. Isso representa uma ameaça profunda à sociedade americana”, afirmou Alexandria Ocasio-Cortez (D-N.Y.). O vice-presidente JD Vance chegou a afirmar que a maioria do projeto é “inalterável” frente às políticas de imigração.
Reações e críticas ao processo legislativo
O processo legislativo foi marcado por ataques à transparência, com horas de protesto por linhas de braço dos republicanos que tentaram atrasar a tramitação. Diversos legisladores pelo caminho resistiram às mudanças, mas acabaram vencidos por pressões e alianças internas.
“Representa um ataque aos cuidados de saúde e aos vulneráveis do país”, disse o líder democrata Hakeem Jeffries, destacando que a lei prioriza interesses de elite enquanto penaliza os mais necessitados.
Perspectivas futuras e riscos econômicos
Especialistas alertam que o aumento de endividamento e a redução do apoio social podem agravar a crise humanitária e econômica do país. A lei ainda precisa passar pelo Senado, onde há forte resistência de integrantes democratas, e seu impacto completo se desenhará nos próximos anos.
O projeto de lei, que espera promover crescimento imediato, é visto por críticos como uma medida que agravará desigualdades e ameaçará os já frágeis serviços públicos nos Estados Unidos.