Brasil, 16 de julho de 2025
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Entenda por que o termo racista usado na TV pode ser extremamente ofensivo

Revelação sobre uso de palavra pejorativa por participante de reality show reacende debate sobre racismo silencioso na sociedade brasileira

Recentemente, uma participante do reality show Love Island USA foi afastada após divulgar publicamente o uso de um termo racialmente ofensivo, levantando discussões sobre o impacto de palavras preconceituosas frequentemente naturalizadas na cultura popular.

O episódio e as repercussões do uso de termo racista

Na semana passada, a influenciadora Cierra Ortega foi retirada do programa após suas publicações antigas, nas redes sociais, terem sido usadas para evidenciar a utilização do termo “chink”, pejorativo contra asiáticos. A narrativa do episódio foi apresentada de maneira discreta na TV, deixando muitos espectadores confusos sobre a gravidade do assunto.

Enquanto alguns criticaram a reação à saída de Ortega, outros apontaram que a ausência de uma explicação clara reforça o clima de impunidade diante de comentários racistas. A repercussão nas redes sociais revelou uma crescente conscientização sobre a história e os efeitos dessa palavra, que remonta a uma longa trajetória de desumanização dos asiático-americanos.

Histórico e significado da palavra

O termo, originado no fim do século XIX, foi utilizado para desumanizar imigrantes chineses que trabalhavam na construção do ferrovias nos Estados Unidos. Com o tempo, ela passou a ser usada de maneira mais rotineira, muitas vezes de forma casual, em contextos culturais e até na comunicação informal, inclusive na música e nas redes sociais.

Especialistas advertem que, apesar de parecer uma expressão comum, a palavra carrega uma forte carga de ódio e estereótipos, reforçando uma narrativa de exclusão e inferiorização. “Essa linguagem de racismo disfarçado de comentário cotidiano mantém vivo um ciclo de preconceito que é difícil de ser desmantelado”, explica Julia H. Lee, professora de estudos asiano-americanos na Universidade da Califórnia.

Por que o uso de palavras racistas ainda é tão comum?

Segundo especialistas, a normalização do racismo linguístico ocorre, em parte,, devido à falta de conhecimento sobre a sua história e impacto. Muitos usuários acreditam que essas palavras são inofensivas ou não carregam uma conotação ofensiva, especialmente quando usadas em contextos de rap, memes ou humor.

“A questão central não é apenas o que dizem, mas a facilidade com que esses termos circulam sem questionamento, reforçando esse racismo estrutural”, afirma João Pereira, especialista em cultura popular. Além disso, o uso de expressões pejorativas reforça ideias preconceituosas e perpetua a exclusão de minorias.

Impacto na percepção social e na comunidade asiática-americana

Para a comunidade asiático-americana, o uso reiterado de tais palavras representa uma lembrança constante de sua história de marginalização. Durante séculos, expressões como “chink” foram usadas para reforçar o racismo, desde leis de exclusão até as representações midiáticas atualmente.

De acordo com dados recentes, a invisibilidade dessa comunidade na sociedade brasileira e internacional contribui para a perpetuação dessas atitudes. Pesquisas indicam que grande parcela da população tem pouco contato com pessoas de origem asiática, o que dificultaria a compreensão e o combate ao racismo estrutural.

O papel da educação e os caminhos para a mudança

Especialistas ressaltam que a conscientização é fundamental para desconstruir preconceitos. Promover debates sobre a história das palavras e seus efeitos é um passo importante para evitar que o racismo continue sendo naturalizado.

“Quando entendemos a origem e o significado dessas expressões, podemos combater a banalização do racismo cotidiano”, afirma Chiung Hwang Chen, professora de comunicação da Universidade de Harvard. A atitude de responsabilidades de influenciadores e veículos de comunicação é essencial para criar um ambiente mais inclusivo e consciente.

Perspectivas futuras e o papel da sociedade

Ao refletirmos sobre casos como o de Ortega, fica claro que o combate ao racismo linguístico depende de uma mudança cultural profunda. A educação, aliada à responsabilização de quem propaga essas palavras, pode ajudar a construir uma sociedade mais igualitária, onde o respeito seja prioridade.

Por fim, a discussão em torno do uso de termos racistas evidencia o quanto é necessário continuar combatendo o racismo estrutural não apenas na mídia, mas em todas as camadas da sociedade brasileira.

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