Brasil, 16 de julho de 2025
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Tarifa de 50% sobre suco de laranja brasileiro preocupa setor nos EUA

Exportações de suco de laranja do Brasil podem despencar após tarifa de Trump, ameaçando mercado e empregos no setor.

A possível aplicação de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras de suco de laranja gera incerteza no setor, que depende fortemente do mercado norte-americano. O anúncio, feito recentemente, ocorre em meio a uma crise na produção de laranja nos EUA, agravada pela doença greening e por eventos climáticos extremos.

Dependência do mercado americano e riscos da tarifa de Trump

Atualmente, quase metade do suco de laranja consumido nos EUA vem do Brasil, que exporta cerca de 3 milhões de litros por ano para o país, equivalente a 41,7% do consumo, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Caso a tarifa de 50% seja implementada, estima-se que o Brasil perca aproximadamente R$ 1,1 bilhão ao ano nesse mercado, conforme a Consultoria Cogo, especializada em agronegócios.

O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, explica que, embora os americanos atualmente paguem uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada do produto e uma taxa adicional de 10%, o aumento dessa tarifa para 50% pode tornar o produto brasileiro inviável no mercado interno americano, levando à substituição por bebidas mais baratas, como refrigerantes e água saborizada.

Impacto na safra brasileira e cenário internacional

Produção brasileira em crescimento

Apesar dos prejuízos causados pela doença greening e oscilações climáticas, a safra brasileira de laranja 2025/2026 deve crescer 8%, respondendo por cerca de 70% da produção mundial de suco, de acordo com o Itaú BBA. Melhorias no clima e controle da enfermidade elevam a expectativa por frutas de melhor qualidade, o que pode ajudar a recuperar parte dos estoques dos últimos anos.

Dependência dos EUA e dificuldades de substituição

Nos EUA, a produção de laranja caiu 28% na safra de 2024/2025, devido ao greening, furacões e temperaturas extremas, tornando o país mais dependente das importações. A produção histórica no estado da Flórida, que responde por 90% do suco do país, foi fortemente impactada, elevando preços e provocando alta nos custos ao consumidor.

Apesar da crise, o diretor da CitrusBR afirma que não há mercados substitutos à altura dos EUA. A União Europeia representa 52% das exportações brasileiras, mas ampliar essa fatia poderia pressionar ainda mais os preços. O México também disputa espaço, mas, segundo especialistas, contratos em andamento indicam que não há alternativa fácil para substituir o mercado americano nessas proporções.

Perspectivas e desafios para o setor

Com a possível redução das exportações para os EUA, o setor de suco de laranja enfrenta um cenário desafiador. A expectativa é que a demanda interna no Brasil aumente devido à menor exportação, o que pode pressionar ainda mais os preços e a cadeia produtiva.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que tem dialogado com representantes do setor na tentativa de ampliar mercados internacionais. No entanto, especialistas alertam que a dependência americana torna difícil compensar a perda de um mercado tão significativo.

O impacto econômico se reflete na cadeia produtiva, que envolve agricultores, indústrias e exportadores, todos vulneráveis às variações das tarifas e às crises fitossanitárias na produção. Como destaca Netto, “é um efeito que vem para toda a cadeia, ninguém está a salvo dos efeitos desta política.”

Saiba mais: Fonte: G1

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