O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (10) que o Brasil dispõe de diversas medidas de retaliação comercial contra os Estados Unidos que não provocam impacto na inflação. Segundo Haddad, a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso em abril, contempla ações não tarifárias e até algumas elevações tarifárias que não elevam os preços internos.
Medidas de retaliação e impacto na inflação
De acordo com o ministro, as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA impactam apenas os consumidores norte-americanos. Caso o Brasil aplique uma sobretaxa semelhante, haveria, em tese, aumento de preços de bens norte-americanos na economia brasileira, o que poderia influenciar a inflação. No entanto, Haddad reforçou que há muitas outras ações não tarifárias sendo estudadas pelo governo.
Rapporto com os Estados Unidos e canais diplomáticos
Haddad destacou que a Lei de Reciprocidade foi aprovada com amplo apoio, inclusive de setores da oposição, e que os canais diplomáticos entre Brasil e Estados Unidos permanecem abertos. “Vamos formar um grupo de trabalho para analisar essa lei, que foi apoiada por ampla maioria no Congresso, e enquanto isso, os canais diplomáticos continuam buscando um entendimento”, afirmou.
Irracionalidade das tarifas de Trump
O ministro classificou como “irracional” a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, reforçando que ela não tem justificativa econômica. “Os Estados Unidos têm um superávit com o Brasil de mais de US$ 400 bilhões nos últimos 15 anos, então quem deveria estar amparado por proteção seria o Brasil, o que não é o caso”, afirmou Haddad, em entrevista a um podcast nesta manhã.
Outros pontos abordados
Haddad comentou brevemente a audiência de conciliação sobre o decreto que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Sua posição foi de que o ato é constitucional, mantendo a postura da Fazenda sobre o tema.
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