No último dia 9, em Fortaleza, um crime cruel chocou a comunidade local, quando a enfermeira Clarissa Costa Gomes, de 31 anos, foi assassinada pelo ex-companheiro Matheus Anthony Lima Martins Queiroz, de 26 anos. O crime ocorreu na residência onde Clarissa morava com sua mãe, que não estava presente no momento da tragédia. Vizinhos relataram que ouviram gritos de socorro durante a agressão, mas não conseguiram identificar a origem dos sons.
O desfecho trágico de um relacionamento abusivo
De acordo com informações preliminares, Matheus não aceitava o término do relacionamento com Clarissa. Por volta das 15h, os vizinhos começaram a escutar pedidos de ajuda, seguidos de pancadas, com a suspeita de que Matheus estava agredindo a enfermaria em várias superfícies. Quando o silêncio se instalou, os moradores notaram a saída de Matheus da casa, em sua motocicleta, deixando o portão aberto.
Após a saída do agressor, os vizinhos se dirigiram à casa e, sem resposta de Clarissa, acionaram os serviços de emergência. Com a ajuda de um familiar de Matheus, que chegou ao local com uma chave, conseguiram entrar na residência. O que encontraram foi aterrorizante: clarisssa estava sem vida, e o imóvel apresentava evidências de um brutal confronto. A confirmação da morte foi feita pelo Samu e pela Polícia Militar, que também encontraram sangue em diversos cômodos.
Captura do suspeito e a luta por justiça
Após o crime, Matheus fugiu e foi preso em um condomínio na Rua Sebastião de Abreu, no Bairro Maraponga. Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi autuado em flagrante por feminicídio. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) decidiu converter a prisão de Matheus de provisória para preventiva, mantendo-o sob custódia enquanto a investigação prossegue.
Reações da comunidade e homenagens
A morte de Clarissa gerou uma onda de indignação e tristeza entre amigos, familiares e colegas de trabalho. A Universidade Federal do Ceará (UFC), onde Clarissa se formou, e o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), onde ela trabalhava, emitiram notas de pesar. “Neste momento de pesar, todos que fazem o HGF manifestam solidariedade à família, aos ex-colegas e amigos enlutados”, expressou a instituição.
O Sindicato dos Enfermeiros do Ceará também se manifestou, unindo-se ao luto da categoria. “Toda a categoria do Ceará se une em luto, somando-se às vozes que exigem justiça por Clarissa e por todas as mulheres vítimas de violência”, afirmou a entidade em suas redes sociais.
O que é feminicídio?
O feminicídio é definido como o assassinato de mulheres por razões de gênero. Esse tipo de crime é muitas vezes motivado por uma desigualdade que resulta em violência. Casos como o de Clarissa reforçam a urgência de iniciativas que promovam a proteção e os direitos das mulheres. É fundamental que a sociedade amplie suas discussões sobre violência doméstica e feminicídio, em busca de soluções efetivas que impeçam que tragédias como esta se repitam.
À medida que a investigação avança, a esperança é de que a justiça seja feita não apenas para Clarissa, mas para todas as mulheres que enfrentam situações de violência em silêncio.
