Brasil, 11 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Setores exportadores brasileiros enfrentam dificuldades com tarifa de Trump

Medidas tarifárias de 50% impostas pelos EUA ameaçam exportações brasileiras de carne, café e suco de laranja, gerando insegurança no setor

Os setores da economia brasileira que exportam para os Estados Unidos criticaram a decisão do governo americano de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada por Donald Trump, tem provocado apreensão em setores como carne bovina, café e suco de laranja, com análises apontando possíveis impactos negativos na competitividade e na manutenção das vendas ao mercado americano.

Impactos das tarifas sobre setores estratégicos brasileiros

Representantes do setor de carne bovina, por exemplo, afirmaram que a tarifa aumenta a insegurança e pode levar à interrupção de colheitas e à desorganização do fluxo das fábricas, resultando em prejuízos econômicos e perda de empregos. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) destacou que questões geopolíticas não devem se transformar em barreiras ao abastecimento global e à segurança alimentar, defendendo a continuidade do comércio internacional.

Repercussões na exportação de carne bovina

Dados da entidade revelam que, entre janeiro e junho, as exportações de carne bovina ao mercado dos EUA cresceram 102% em receita e 112,6% em volume em relação ao mesmo período do ano passado. Contudo, a possibilidade de aumento de tarifas pode retirar os Estados Unidos do quadro de principais destinos, considerando que o país respondeu por 12,33% das exportações brasileiras de carne no primeiro semestre, com receita de US$ 1,04 bilhão.

Suco de laranja e o aumento de tributos

O setor de suco de laranja, representado pela CitrusBR, informou que a tarifa de 50% elevaria em mais de 533% os tributos atuais sobre o produto. Com uma base de exportação que, em 2024/25, atingiu US$ 1,31 bilhão em faturamento, a entidade explica que a medida inviabilizaria as exportações devido ao aumento de custos, além de prejudicar toda a cadeia produtiva.

A CitrusBR afirma que uma tarifa dessa magnitude faria com que cerca de 72% do valor do produto passasse a ser recolhido em tributos, prejudicando a competitividade brasileira perante o mercado americano. “Esta condição é insustentável para o setor”, diz a entidade, ressaltando ainda que a medida pode afetar empresas americanas que dependem do suco de laranja brasileiro.

Conseqüências econômicas e diplomáticas

Além dos impactos econômicos, a questão geopolítica também ganhou destaque, com o governo brasileiro cogitando responder às tarifas com medidas de retaliação, como a quebra de patentes. Segundo fontes próximas ao governo, o Brasil avalia a possibilidade de adotar ações para proteger seus interesses comerciais e de evitar uma escalada de tensões.

Especialistas alertam para a ameaça à segurança alimentar global, uma vez que uma desaceleração nas exportações brasileiras de alimentos básicos pode afetar toda a cadeia produtiva e gerar aumento de preços no mercado interno brasileiro, além de prejudicar o relacionamento diplomático bilateral.

Outros setores afetados e próximos passos

O setor de café também sofre com as medidas de Trump. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) afirmou que a maior parte da produção é destinada ao mercado externo, sobretudo aos EUA, com o Brasil sendo responsável por cerca de 30% do café consumido lá. O impacto potencial pode elevar custos e reduzir a competitividade do produto brasileiro.

Empresas como a Embraer, que exportam jatos executivos para os EUA, também estão na mira das consequências dessa política tarifária. Dados do setor indicam que aproximadamente 60% das vendas da fabricante no mercado norte-americano podem ser afetados, agravando o cenário de incertezas.

O governo brasileiro acompanha a situação de perto e prepara medidas para mitigar os efeitos da tarifa. Segundo fontes oficiais, negociações diplomáticas estão em andamento para tentar reverter ou reduzir o impacto dessas ações americanas.

Mais detalhes sobre as possíveis reações do Brasil podem ser acompanhados na próxima semana, quando o governo deve anunciar formalmente as respostas às tarifas de Trump, buscando equilibrar defesa comercial e manutenção das exportações brasileiras.

Fonte: O Globo

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes