Brasil, 16 de julho de 2025
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Vídeo viral expõe a divergência entre cristianismo e “cristianismo MAGA”

Influenciadora cristã questiona a compatibilidade entre valores de Jesus e o apoio ao movimento de Trump via vídeo que já soma milhões de visualizações

Na semana passada, Jen Hamilton, enfermeira e influenciadora nas redes sociais, compartilhou um vídeo que viralizou ao confrontar a relação entre o cristianismo e o apoio ao movimento MAGA de Donald Trump. Ao ler passagens de Mateus 25, ela evidencia o aparente conflito entre os ensinamentos de Jesus e as ações apoiadas por apoiadores do ex-presidente.

Desconstruindo a polarização religiosa e política

No vídeo, Hamilton utiliza trechos bíblicos como “Eu estava faminto e você me alimentou” e “Eu estava na prisão e você me visitou” para criticar a associação de alguns fiéis com políticas que, segundo ela, contrariam os valores do cristianismo. Ela aponta, por exemplo, cortes no programa de assistência alimentar (SNAP), deportações de migrantes e cortes na saúde pública como ações que vão na contramão do ensino de Jesus.

“Como cristã, acredito que não é possível apoiar o movimento MAGA e seguir verdadeiramente os ensinamentos de Jesus”, afirma Hamilton, que tem recebido tanto apoio quanto críticas nas redes sociais. Sua postagem, com mais de 8,6 milhões de visualizações no TikTok, gerou debates acirrados entre apoiadores e opositores.

Reações e consequências

Além de críticas de fiéis, Hamilton relata que recebeu ameaças e denúncias ao Conselho de Enfermagem, acusando-a de inadequação moral por sua posição. “Como enfermeira, sinto que é meu dever lutar pelos mais vulneráveis, independentemente de posições políticas”, explica ela.

Por outro lado, defensores do movimento MAGA acusam-na de distorcer as Escrituras, apesar de ela assegurar estar apenas refletindo sobre as palavras de Jesus e sua aplicação em tempos atuais.

O embate dentro do cristianismo americano

Segundo o reverendo Brandan Robertson, há uma profunda divisão na religião cristã nos Estados Unidos, impulsionada pelo uso político do cristianismo por parte da direita radical. “O movimento MAGA representa a manifestação completa das estratégias de conservação de poder que vêm sendo fomentadas há décadas pelo setor religioso conservador”, afirma Robertson, autor do livro “Queer & Christian”.

Apesar do apoio de uma parcela significativa de evangélicos brancos, muitos líderes religiosos criticam a associação do cristianismo com as políticas de Trump, principalmente por ações que ferem os princípios de justiça social e inclusão. A bispa episcopal Mariann Edgar Budde, por exemplo, tem se manifestado contra a narrativa que mistura fé e apoio ao ex-presidente.

Voices que clamam por uma volta aos valores de Jesus

Alguns líderes e fiéis acreditam que é possível reconduzir a fé cristã aos seus ensinamentos centrais. Carrie McKean, pastora e escritora, defende que Jesus não deve ser inserido em rótulos políticos e que seus valores transcendem as divisões partidárias.

“Precisamos cultivar um olhar crítico sobre nossos partidos e reconhecer que a verdadeira fé exige justiça, compaixão e misericórdia”, afirma McKean, ressaltando a importância de priorizar Jesus acima de agendas políticas.

Esperanças de uma mudança de paradigma

Para Hamilton, as reações ao seu vídeo têm proporcionado reflexões importantes. Ela relata ter recebido mensagens de pessoas que estão reevaluando suas posições e se afastando do nacionalismo cristão extremo. “A esperança é que mais fiéis possam distinguir entre a política partidária e os verdadeiros ensinamentos de Jesus”, ela completa.

Essa discussão reflete um momento de crise e oportunidade de repensar a relação entre fé e política nos Estados Unidos, destacando as tensões que permeiam a experiência religiosa no país hoje.

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