Brasil, 10 de julho de 2025
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Tarifas de Trump impactam mercado brasileiro com forte volatilidade

A recente imposição de tarifas por Trump ao Brasil gerou reações no mercado financeiro, prometendo dias turbulentos pela frente.

No cenário econômico global, a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estabelecer tarifas unilaterais sobre produtos brasileiros provocou agitação nos mercados financeiros. Com isso, analistas apontam que as consequências devem ser significativas para o câmbio e a Bolsa de Valores, que já enfrentaram um dia de baixa logo após o anúncio. O dólar, por exemplo, teve alta de 1,06%, fechando a R$ 5,503.

A reação imediata do mercado

Embora o mercado estivesse fechado quando a sobretaxa foi revelada, as ameaças já refletiam nas negociações. Com a imposição de uma tarifa de 50%, superior às expectativas que apontavam para um aumento de até 30%, o Ibovespa sofreu um recuo de 1,31%, encerrando o dia em 137.481 pontos. Esse movimento fez com que o real alcançasse a pior performance entre as 31 moedas mais líquidas do mundo.

Reações e análises de especialistas

Economistas e analistas do mercado começam a examinar o impacto dessas tarifas não apenas no câmbio, mas em outras variáveis econômicas. Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central, sugere que a resposta do governo brasileiro deverá ser cuidadosa para não extrapolar o impacto do novo tarifário. Segundo Volpon, qualquer retaliação política ou comunicação agressiva contra os EUA poderá levar o mercado a precificar novas desvalorizações do real e pressões adicionais sobre a Bolsa.

Alexandre Schwartsman, também ex-diretor do BC, compartilha um sentimento pessimista sobre a situação, prevendo que a reação do mercado ao anúncio de Trump continuará instável. Ele argumenta que, com a perspectiva de um aumento no dólar e nos juros futuros, o cenário se torna cada vez mais desafiador para os investidores brasileiros.

Perspectivas econômicas para o Brasil

Uma vez que o Brasil é um grande exportador de commodities, a possibilidade de perder espaço no mercado norte-americano pode ser preocupante. Volpon alerta que os EUA têm maior capacidade de retaliar, o que elevam os riscos para os ativos brasileiros. “Se entrarmos em conflito com os Estados Unidos, há o perigo de retaliações que poderão afetar ainda mais nossa economia”, pondera.

Além do impacto econômico direto, o anúncio causado por Trump carrega uma carga política que pode ser usada pelo governo brasileiro como uma forma de alavancar sua popularidade em tempos de crise. No entanto, essa estratégia pode ter um efeito duplo, visto que o mercado se mostra reticente em relação a qualquer notícia que beneficie o governo atual.

A resposta brasileira e a lei de reciprocidade

Enquanto o governo discute como responder à medida, a lei brasileira de reciprocidade, mencionada pelo presidente Lula, se torna um ponto focal. Entender como essa lei pode ser aplicada é essencial para delinear a estratégia do Brasil em relação às tarifas impostas. Discute-se que a reação deverá ser ponderada, para evitar um escalonamento desnecessário que poderia, de fato, ferir mais a economia brasileira.

O cenário nos EUA: otimismo cauteloso

Nos Estados Unidos, mesmo diante das ameaças tarifárias, investidores demonstram um certo otimismo cauteloso. Muitos acreditam que a economia americana se manterá forte e que os lucros das empresas continuarão a ser resilientes. Chris Zaccarelli, da Northlight Asset Management, expressa que, embora o entusiasmo dos investidores permaneça, é necessário cautela, pois os impactos dessas tarifas sobre os lucros corporativos ainda não estão completamente evidentes.

Enquanto isso, no Brasil, as próximas horas e dias serão cruciais para estabelecer como a economia lidará com o novo cenário tarifário, e como o governo responderá a esse desafio significativo à sua política externa e econômica.

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