Brasil, 10 de julho de 2025
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Lula rebate Trump e defende relação comercial com os EUA

Lula afirma que alegações de Trump sobre déficit comercial entre Brasil e EUA são falsas e destaca superávit histórico.

Na última quarta-feira, 9 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma contundente defesa das relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. Sua declaração foi uma resposta direta ao presidente norte-americano, Donald Trump, que havia alegado que a economia americana enfrenta uma desvantagem no comércio bilateral, sugerindo um quadro alarmante de “déficits comerciais insustentáveis”.

A resposta de Lula às alegações de Trump

Lula utilizou suas redes sociais para esclarecer que as informações divulgadas por Trump eram equivocadas. “É falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”, escreveu o presidente.

A afirmação de Trump veio no contexto de uma nova política comercial que inclui uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida que Lula considera desproporcional e prejudicial. Em sua carta, Trump advertiu que tal déficit representaria uma “ameaça” à economia dos Estados Unidos e à segurança nacional.

A realidade das trocas comerciais entre Brasil e EUA

Dados do portal de estatísticas de comércio exterior indicam que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 40,3 bilhões, enquanto as importações atingiram US$ 40,6 bilhões, resultando em um saldo deficitário de quase US$ 300 milhões para o Brasil.

Essa discrepância nos números levanta questionamentos sobre a verdadeira saúde da relação comercial entre os dois países. Apesar do saldo comercial deficitário em 2024, a análise de longo prazo ainda mostra um quadro de superávit significativo para os Estados Unidos.

Reações e medidas a serem tomadas

Em decorrência da carta de Trump, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou, pela segunda vez, o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre as informações apresentadas. A secretária responsável pela Europa e América do Norte, embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, classificou o conteúdo da carta como “ofensivo” e repleto de “informações falsas”.

Ao reafirmar sua posição, Lula destacou que tomará ações baseadas na Lei da Reciprocidade Econômica. Essa legislação permite que o Brasil responda a medidas unilaterais de outros países para proteger sua economia. “Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”, anunciou Lula em sua conta na rede social X.

O posicionamento de Lula sobre soberania e comércio

No contexto de sua defesa, Lula enfatizou a soberania do Brasil e a importância das instituições independentes. Ele afirmou que “o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceita ser tutelado por ninguém”.

Além de abordar questões comerciais, o presidente também se manifestou sobre o papel das plataformas digitais no combate a conteúdos prejudiciais e a defesa de valores democráticos no Brasil. Ressaltou que a liberdade de expressão não pode ser confundida com práticas abusivas e que todas as empresas, sejam brasileiras ou estrangeiras, estão sujeitas à legislação nacional.

Concluindo sua declaração, Lula reafirmou os valores que orientam a relação do Brasil com o mundo: “A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”.

O desdobramento dessa contenda comercial entre Brasil e Estados Unidos marcará, sem dúvida, os próximos capítulos nas relações internacionais entre as duas nações, com a expectativa de que o diálogo prevaleça sobre as tensões comerciais.

Para mais detalhes, confira o posicionamento completo de Lula em suas redes sociais.

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