Na última quarta-feira, Dr. Kevin O’Connor, ex-médico do ex-presidente americano Joe Biden, foi convocado a depor no Congresso, mas se recusou a responder a perguntas sobre as condições de saúde do ex-mandatário. Durante a audiência, O’Connor invocou o privilégio do paciente e seu direito de não se incriminar, deixando muitos questionamentos sem resposta.
O silêncio do médico
O’Connor foi chamado pela Comissão de Supervisão e Reforma do Governo, liderada por republicanos, para explicar como poderia ter concedido a Biden um atestado de saúde limpo meses antes de seu diagnóstico de câncer. De acordo com James Comer, presidente da Comissão, que é também representante republicano por Kentucky, O’Connor não respondeu às duas primeiras perguntas durante a reunião que durou cerca de uma hora. As perguntas eram: “Você já foi instruído a mentir sobre a saúde do presidente?” e “Alguma vez acreditou que o presidente Biden não estava em condições de executar suas funções?”.
Comer afirmou: “Isso adiciona mais combustível ao fogo de que houve um encobrimento.” Ele acusou O’Connor de estar se escondendo por trás de seus direitos como médico e insinuou que havia uma conspiração para encobrir o declínio cognitivo de Biden.
Reações e acusações
Após a audiência, a equipe legal de O’Connor se negou a fazer comentários, mas um rascunho de sua declaração revelou que os advogados argumentaram que fornecer informações à comissão violaria a confidencialidade do médico em relação ao paciente. Desde a saída de Biden da presidência, várias fontes próximas ao ex-presidente afirmam que ele apresentava sinais claros de declínio mental enquanto estava no cargo.
Em um livro intitulado “Original Sin”, os jornalistas Jake Tapper e Alex Thompson relataram que Biden teria, em uma ocasião, deixado de reconhecer o ator George Clooney em um evento. Além disso, soube-se que ele estava desatento em reuniões importantes e que esqueceu o nome de assessores essenciais.

Investigação em curso
O’Connor foi convocado pela segunda vez no mês passado como parte da investigação sobre a cognição de Biden. A comissão está avaliando o uso de um autopen, uma máquina que reproduz assinaturas, questionando se foi utilizado de forma antiética quando Biden não estava em sua plena capacidade mental. As declarações sobre a saúde de Biden geraram controvérsias, levando Comer a buscar total transparência sobre como o ex-presidente lidou com sua saúde durante seu mandato.
Biden recebeu um diagnóstico de câncer de próstata agressivo que já se espalhou para seus ossos, pouco depois de afirmar publicamente que todos os relatos sobre seu declínio eram “falsos” em uma aparição no programa “The View”. O ex-presidente Donald Trump chegou a expressar sua surpresa com o fato de que o público não havia sido informado sobre a luta de Biden com o câncer antes da revelação.
O que vem a seguir?
À medida que a investigação avança, a Comissão de Supervisão planeja convocar outros testemunhos e aprofundar sua análise sobre a saúde mental e física de Biden durante sua presidência. O’Connor, conforme sua equipe legal, manterá a postura de proteger o privilégio médico, enquanto legisladores buscam acesso a informações que possam ser cruciais para entender melhor a condição de saúde do ex-presidente.
A situação continua a ser acompanhada de perto tanto pela mídia quanto por especialistas em saúde pública, à medida que se integram debates sobre saúde mental e adequação no serviço público. A transparência sobre a saúde do presidente é uma expectativa legítima dos cidadãos, especialmente dado o impacto que isso pode ter em questões políticas e sociais mais amplas.
Conforme os eventos se desenrolam, muitos estarão atentos para entender como a saúde de um presidente pode influenciar não só sua própria capacidade de liderar, mas também a percepção pública e a confiança nas instituições governamentais.