Na segunda-feira, 7 de julho, dia da Translação de São Tomás Becket, o arcebispo Miguel Maury Buendía presidiu a Santa Missa na Catedral de Canterbury, com uma grande presença de fiéis, incluindo a equipe de críquete do Vaticano.
Nuncio celebra missa no contexto do jubileu e de esperança cristã
Durante sua homilia, Maury Buendía destacou que a celebração ocorre no âmbito do ano jubilar, reforçando a importância da jornada espiritual diante das alegrias e dificuldades da vida, com esperança fundamentada em Cristo. “Esta missa de peregrinação ocorre dentro do contexto do jubileu. Ela ressalta a vida cristã como uma jornada espiritual, enfrentando provas e alegrias com esperança consolidada em Cristo”, afirmou o arcebispo.
Ele também destacou os vitrais da catedral que ilustram milagres atribuídos a São Tomás na Idade Média, destacando a relevância de transformar esses relatos em histórias vivas e atuais. “Nosso mundo, assim como no passado, precisa de esperança. Como peregrinos de esperança neste ano jubilar, buscamos inspiração na santidade de São Tomás e em seu testemunho corajoso de Cristo e da Igreja”, acrescentou Maury Buendía.
Por participar desta celebração, os fiéis também receberam uma indulgência plenária, conforme as tradições do ano jubilar.
Primeira celebração do nuncio na catedral de Canterbury
Embora seja tradição que a Paróquia Católica de São Tomás de Canterbury realize missa anual na data, esta foi a primeira vez que um nuncio apostólico presidiu a cerimônia.
São Tomás Becket foi arquidiácono de Canterbury de 1162 até seu assassinato em 1170, motivado por conflitos com o rei Henrique II, devido à defesa que fazia dos direitos da Igreja. Canonizado logo após sua morte por Papa Alexandre III, sua sepultura foi movingada em 1220 para o santuário atrás do altar, em uma cerimônia que contou com a presença de um legato papal.
Depois, por ordem do rei Henrique VIII, a cripta onde repousava São Tomás foi destruída em 1538, numa tentativa de acabar com a devoção ao mártir.
Reflexões do padre David Palmer sobre a importância do evento
Em conversa com a CNA em 9 de julho, o padre David Palmer, integrante do Ordinariado Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham e ex-sacerdote anglicano, comentou o significado do momento. “A catedral de Canterbury é frequentemente considerada a mãe do anglicanismo, mas isso oculta que também é, e originalmente, a mãe da Igreja Católica na Inglaterra, sede de São Agostinho de Canterbury, enviado por Papa Gregório para evangelizar os anglos”, explicou.
Ele destacou ainda que, para aqueles que fizeram a jornada de volta à Roma, o evento representa uma ocasião de grande alegria e valor religioso. “Este momento tem um significado especial para nós, que retornamos do anglicanismo para a Igreja Católica”, finalizou Palmer.