Nesta quarta-feira, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou que irá manter a exoneração do ex-secretário de Transportes, Washington Reis. A decisão foi informada a deputados estaduais e gera repercussões na Assembleia Legislativa do estado (Alerj), onde a luta política entre aliados e opositores de Castro se intensifica.
A situação política em torno da exoneração
A demissão de Washington Reis foi oficializada pelo presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, enquanto Castro estava em viagem ao exterior. Desde então, o governador havia evitado se pronunciar sobre o assunto, o que levou a um clima de expectativa e tensões entre os parlamentares. Castro foi alvo de pressões de várias partes para reverter a decisão, mas acabou decidindo respaldar Bacellar, que tem se mostrado um aliado importante, mesmo com o descontentamento que isso pode causar.
O aviso de Castro foi inicialmente revelado pelo portal Tempo Real e confirmado pelo GLOBO. Segundo fontes próximas ao governador, ele decidiu não desautorizar Bacellar para evitar retaliações políticas dentro da Alerj, onde a dinâmica interna é bastante complexa e a união entre os parlamentares pode ser vital para a governabilidade.
Reunião da base aliada
Na noite de ontem, Bacellar organizou um jantar com mais de 20 deputados estaduais para reforçar suas ações e mostrar força política em meio à controvérsia sobre Reis. A reunião incluiu parlamentares de diferentes partidos, como PL, Republicanos, União Brasil e até mesmo uma deputada do PSOL, Dani Monteiro. Essa diversidade de partidos demonstra a tentativa de Bacellar de solidificar sua base de apoio na Alerj, que é crucial para a estabilidade política do governo.
Apesar do esforço de Bacellar, Castro e Bacellar ainda não haviam discutido pessoalmente a demissão de Reis desde que o governador retornou ao Brasil. Nas interações que se seguiram, a equipe do governador recebeu alertas de que se ele contrabalançasse a decisão de Bacellar, poderia perder o apoio de sua base aliada.
Efeito da pressão interna
O clima de incerteza se intensificou ainda mais com a manifestação do senador Flávio Bolsonaro, que pediu publicamente o retorno de Reis ao governo e sugeriu que Castro atuasse em busca de um acordo entre Reis e Bacellar. Essa declaração foi interpretada por Bacellar como uma tentativa de desvio de responsabilidade por parte de Castro, aumentando ainda mais as tensões entre os líderes.
A divisão de opiniões entre os parlamentares e a forte pressão pela reavaliação da exoneração de Reis levou Castro a considerar cancelar suas férias programadas para a próxima semana. Durante as conversas com deputados estaduais, ficou claro que os partidos União Brasil e PP, que constituem a base de Bacellar, estavam unânimes em apoiar a demissão de Reis, evidenciando a fragilidade da posição de Castro.
A situação atual deixa o governador em uma posição delicada, onde qualquer movimento em falso pode resultar em consequências não apenas para sua liderança, mas também para a estabilidade do governo. A expectativa é que as negociações e alianças políticas continuem se desenrolando enquanto os deputados buscam um equilíbrio entre suas agendas e a necessidade do apoio mútuo.
Até o fechamento desta matéria, o governo do Rio ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto, deixando a população e a comunidade política aguardando novas diretrizes do governador Cláudio Castro.