Brasil, 10 de julho de 2025
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Trump anuncia tarifa de 50% para produtos brasileiros em retaliação

Após anúncio de tarifas adicionais pelos EUA, Brasil prepara resposta oficial ao governo americano por meio de separação política e comercial

O presidente Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (9) a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos. A medida, em retaliação às ações do Brasil contra empresas de tecnologia americanas, é a mais severa já imposta por Trump a um parceiro comercial importante, mesmo após o Brasil ter um superávit comercial com os EUA desde 2009.

Resposta do Brasil às tarifas americanas

O governo brasileiro, representado por Lula, convocou uma reunião de emergência com ministros para formular uma resposta à medida dos EUA, que, segundo informações do jornalista Renata Agostini, deve incluir possíveis retaliações baseadas na legislação de reciprocidade econômica aprovada recentemente pelo Congresso Nacional. Lula criticou fortemente a imposição, afirmando que “qualquer medida desse tipo contra o Brasil seria injusta e prejudicaria a própria economia americana”.

Contexto da disputa comercial e política

Trump justificou sua decisão citando ataques às eleições livres e ao direito de expressão dos americanos por parte do Brasil, além de uma investigação nas práticas de empresas de tecnologia americanas no país, invocando a Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA — uma ferramenta de pressão internacional para combater práticas comerciais consideradas injustas.

Segundo o próprio Trump, a tarifa de 50% será a base de uma nova estratégia de renegociação das relações comerciais, que poderá ser ajustada conforme o perfil do diálogo bilateral. Ele ainda afirmou que o aumento da tarifa visa corrigir anos de políticas tarifárias e não-tarifárias do Brasil, que têm causado déficits comerciais insustentáveis para os EUA, avalia a análise de especialistas.

Repercussões internacionais e nacionais

A medida foi recebida com preocupação por analistas internacionais. O jornal The New York Times destacou que se trata da maior sobretaxa já aplicada a um parceiro comercial significativo dos EUA. A imprensa internacional também credita o movimento como uma demonstração do crescente teor protecionista de Trump, que já ameaçou impor tarifas a outros oito países, chegando a 21 nações sob diferentes acordos comerciais.

Internamente, o Ministério da Economia e o vice-presidente Geraldo Alckmin manifestaram resistência à iniciativa, destacando que os EUA registram superávit com o Brasil e que medidas de retaliação poderiam prejudicar o comércio bilateral. Alckmin reforçou que “qualquer medida de aumento de tarifas contra o Brasil é injusta e prejudicaria a economia americana”.

Impactos econômicos e comerciais

Apesar das tensões, dados do período de janeiro a maio indicam que as exportações brasileiras para os EUA atingiram US$ 16,7 bilhões, um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2024, enquanto as importações cresceram 9,9%, acumulando US$ 17,7 bilhões. O déficit comercial brasileiro, portanto, atingiu US$ 1 bilhão no ano até maio.

Entre os produtos de maior destaque na relação comercial estão motores, máquinas não elétricas, óleos combustíveis e aeronaves. Mesmo com a aplicação de tarifas elevadas, setores como o de aço, tarifado a 25%, continuam mantendo níveis de exportação impulsionados por estratégias de adaptação às novas condições comerciais.

Reações e próximos passos

Enquanto o governo brasileiro avalia medidas de resposta, o senador Motta já anunciou a busca por soluções para o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), visando mitigar os efeitos da nova política comercial dos EUA. Além disso, o Congresso Nacional foi acionado para discutir futuras ações que possam equilibrar a relação bilateral.

Por ora, o governo dos EUA confirmou que as tarifas podem ser revistas para cima ou para baixo, dependendo do desenvolvimento das negociações com o Brasil. Trump também declarou que não pretende adiar o prazo para que as tarifas entrem em vigor, reforçando a postura de influenciar o cenário de comércio internacional.

Com esse cenário de escalada tarifária, a relação entre Brasil e EUA passa por um momento de forte tensão, com análises de especialistas alertando para os riscos de uma disputa econômica que pode afetar setores industriais e agroindustriais de ambos os países.

Fonte: Globo Economia

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