Brasil, 10 de julho de 2025
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Aumento alarmante nas taxas de aborto na Inglaterra e no País de Gales

Os dados oficiais mostram que quase três em cada dez gestações resultaram em aborto em 2022, o maior índice registrado até agora.

Dados recentes do Office for National Statistics (ONS) revelam que a proporção de gestações que termina em aborto na Inglaterra e no País de Gales alcançou seu nível mais alto desde o início das estatísticas. Em 2022, quase três em cada dez concepções resultaram em aborto legal, um aumento significativo em relação a cerca de dois em dez há dez anos. As estatísticas indicam que 29,7% das gestações em 2022 terminaram em aborto, um aumento em relação aos 26,5% registrados no ano anterior e aos 20,8% em 2012.

Contexto crescente e preocupante

No total, foram registrados 247.703 abortos legais em 2022, representando um aumento de 13,1% em comparação aos 218.923 ocorridos em 2021. É importante ressaltar que esses números não incluem gestações que terminaram em aborto espontâneo ou abortos realizados ilegalmente. Especialistas apontam que as longas filas para contraceptivos e o aumento do custo de vida podem ser fatores que contribuíram para esse crescimento nas taxas de aborto.

Katherine O’Brien, representante da British Pregnancy Advisory Service (Bpas), destacou que mulheres estão enfrentando “barreiras significativas” no acesso à contracepção, como longos períodos de espera e dificuldades para agendar consultas. “No Bpas, ouvimos frequentemente de mulheres que buscam um aborto após engravidar enquanto aguardam a repetição de prescrição de pílulas ou inserções de DIU,” comentou.

A resposta legal e as mudanças recentes

Recentemente, houve uma mudança legal que altera substancialmente as regras relativas ao aborto. Agora, as mulheres não enfrentarão mais processos legais por interromper uma gravidez após 24 semanas ou sem a aprovação de dois médicos. Essa mudança representa a maior revisão das normas sobre aborto em meio século, segundo especialistas em saúde.

Nos últimos três anos, apenas seis mulheres foram levadas à Justiça na Inglaterra por tentativas de interromper a gravidez fora da legislação de aborto, uma infração que poderia resultar em uma pena máxima de prisão perpétua. Isso levanta questões sobre a eficácia e a aplicação das leis em relação à saúde reprodutiva das mulheres.

Desafios nos serviços de saúde

A British Pregnancy Advisory Service também apontou que os desafios financeiros enfrentados pelas mulheres muitas vezes as levam a optar pelo aborto. “Nenhuma mulher deveria precisar interromper uma gravidez que, de outra forma, teria continuado apenas por motivos financeiros, e nenhuma mulher deveria engravidar devido à falha do nosso sistema de saúde em fornecer a contracepção que ela deseja, quando precisa”, declarou O’Brien.

A caridade Christian Action Research and Education, representada por Caroline Ansell, expressou preocupação com os números alarmantes. “A escala de abortos na Inglaterra e no País de Gales é de partir o coração para aqueles que reconhecem que toda vida, não importa o quão pequena, é preciosa,” afirmou. Ela enfatizou a importância de ouvir as histórias das mulheres por trás das estatísticas, que muitas vezes são silenciadas durante os debates públicos.

Novos dados e procedimentos em evolução

As estatísticas do Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC) mostram que o número total de abortos para mulheres vivendo na Inglaterra e no País de Gales em 2022 aumentou em quase um quinto em apenas um ano, alcançando 251.377. O uso de medicamentos em casa, uma prática conhecida como telemedicina, tornou-se o procedimento mais comum, representando 61% de todos os abortos em 2022. Essa metodologia, que foi aprovada em caráter temporário durante a pandemia, agora se tornou uma prática permanente.

Conforme as mudanças sociais e econômicas continuam a impactar a saúde reprodutiva das mulheres, torna-se cada vez mais crucial um debate público informado e sensível sobre as necessidades de saúde das mulheres, garantindo que elas tenham acesso a recursos adequados e suporte durante momentos críticos.

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