O presidente Donald Trump deixou passar nesta quarta-feira o prazo de 90 dias para implementar novas tarifas comerciais, conforme anunciou em sua pausa estratégica. Em vez de aplicar as tarifas prometidas, Trump publicou cartas abertas a sete países, incluindo Filipinas, Brunei, Moldova, Algéria, Iraque, Líbia e Sri Lanka, informando sobre novos impostos de 20% a 30% que poderiam vigorar a partir de 1º de agosto.
Decisão ambígua sobre tarifas e ameaças contínuas
Questionado sobre os critérios para definir as tarifas, Trump declarou que aplicava “uma fórmula baseada no senso comum, nos déficits comerciais e na forma como fomos tratados ao longo dos anos”. Ele também afirmou que deseja que empresas estrangeiras vendam seus produtos com tarifas elevadas ou construam fábricas nos EUA. Economistas alertam que tais tarifas podem elevar os preços de bens no país e prejudicar consumidores.
Durante uma reunião na Casa Branca com líderes de países da África Ocidental, Trump afirmou que ainda não decidiu se nações como Gabão e Senegal também enfrentarão tarifas. “Ainda não pensei nisso, mas talvez, vamos ver”, comentou, demonstrando a postura incerta e imprevisível do mandatário.
Tentativas de negociar e impacto na economia
O adiamento do prazo para aplicação das tarifas gerou dúvidas sobre a possibilidade de Trump seguir adiante ou atrasar novamente a implementação. Em abril, ele anunciou uma nova política tarifária que abalou os mercados financeiros, antes de declarar uma suspensão de 90 dias, que expira nesta quarta-feira.
Na última segunda-feira, Trump assinou uma ordem executiva oficializando o adiamento até 1º de agosto e notificou Japão e Coreia do Sul de uma tarifa adicional de 25% sobre produtos de seus países, numa tentativa de fortalecer sua postura de renegociação. Os comunicados foram publicados inicialmente na rede social Truth Social, de Trump, e posteriormente divulgados no X, antiga Twitter.
Reações e incertezas no cenário internacional
Representantes do governo afirmaram que as publicações no Truth Social também estão sendo replicadas na conta oficial da Casa Branca no X, com atraso. Trump comentou que “uma carta significa um acordo” e afirmou não haver reuniões planejadas com outros países, preferindo uma abordagem mais geral.
Especialistas avaliam que essa inconstância nas ações de Trump aumenta a incerteza nas decisões de negócios nos Estados Unidos, enquanto mercados e aliados internacionais observam com cautela as próximas movimentações do mandatário.
Perspectivas futuras
Analistas políticos sugerem que o adiamento do prazo para tarifas pode indicar uma estratégia de pressão política, mas deixam claro que o episódio reforça a instabilidade na política comercial norte-americana. A expectativa é de que o governo continue usando medidas de força para renegociar acordos, embora sem garantias de aplicação efetiva das tarifas anunciadas.