A Copa do Mundo de Clubes deste ano trouxe excelentes notícias para os clubes brasileiros, que juntos faturaram um total significativo de US$ 155 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 849,7 milhões. O grande destaque financeiro da competição foi o Fluminense, que, com seus desempenhos, conseguiu arrecadar US$ 60,8 milhões, o que representa cerca de R$ 331 milhões. No entanto, é importante ressaltar que a tributação afeta de maneira diferente as premiações recebidas por estes clubes.
A questão tributária na premiação
Entre as quatro equipes brasileiras que participaram do torneio, o Botafogo será o único a sofrer uma redução de 5% em sua premiação. Isso se deve ao fato de ser uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) e, portanto, estar sujeita a uma tributação específica no Brasil. Esse sistema fiscal impõe que as SAFs paguem impostos sobre a premiação recebida, enquanto clubes que não possuem essa estrutura, como associações, estão isentos dessa cobrança.
A forma de tributação das SAFs é baseada no Regime de Tributação Específica do Futebol, que unifica a cobrança do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e outras contribuições como PIS/Pasep e Cofins. Portanto, a alíquota aplicada ao prêmio total é de 5%. Entretanto, essa tributação não se aplica aos clubes que são associações, permitindo que recebam a totalidade dos valores sem desconto.
Determinando o valor líquido recebido
Além da tributação interna, os clubes também devem levar em conta que os valores a serem recebidos não são os totais anunciados, devido a taxas de administração cobradas pela FIFA e a impostos que podem ser aplicados no exterior. No caso dos Estados Unidos, há uma cobrança de 30% sobre valores pagos a entidades estrangeiras que não têm um tratado de bitributação com o país, como é o caso do Brasil. Isso significa que os clubes brasileiros não poderão contar com a totalidade dos R$ 849,7 milhões anunciados.
Essa taxação é realizada pelo Internal Revenue Service (IRS), o equivalente à Receita Federal dos Estados Unidos, e é considerada Renda Efetivamente Conectada. Desse modo, é crucial que os clubes façam um planejamento financeiro adequado para lidar com essas questões tributárias e maximizar os recursos que realmente conseguirão efetivamente receber.
Premiações individuais dos clubes
Fluminense
- 15,2 milhões de dólares (R$ 83,2 milhões) pela participação;
- 1 milhão (R$ 5,5 milhões) pelo empate com o Borussia Dortmund;
- 2 milhões (R$ 10,9 milhões) pela vitória sobre o Ulsan HD;
- 1 milhão (R$ 5,5 milhões) pelo empate com o Mamelodi Sundowns;
- 7,5 milhões de dólares (R$ 41,1 milhões) pela classificação às oitavas;
- 13,1 milhões de dólares (R$ 71 milhões) pela classificação às quartas;
- 21 milhões de dólares (R$ 113,58 milhões) pela classificação às semifinais.
Total: US$ 60,8 milhões (cerca de R$ 331 milhões).
Botafogo
- 15,2 milhões de dólares (R$ 83,2 milhões) pela participação;
- 2 milhões (R$ 10,9 milhões) pela vitória sobre o Seattle Sounders;
- 2 milhões (R$ 10,9 milhões) pela vitória sobre o PSG;
- 7,5 milhões de dólares (R$ 41,1 milhões) pela classificação às oitavas.
Total: US$ 26,7 milhões (cerca de R$ 145 milhões).
Flamengo
- 15,2 milhões de dólares (R$ 83,2 milhões) pela participação;
- 2 milhões (R$ 10,9 milhões) pela vitória sobre o Espérance;
- 2 milhões (R$ 10,9 milhões) pela vitória sobre o Chelsea;
- 1 milhão (R$ 5,5 milhões) pelo empate com o Los Angeles FC;
- 7,5 milhões de dólares (R$ 41,1 milhões) pela classificação às oitavas.
Total: US$ 27,7 milhões (cerca de R$ 150 milhões).
Palmeiras
- 15,2 milhões de dólares (R$ 83,2 milhões) pela participação;
- 1 milhão (R$ 5,5 milhões) pelo empate com o Porto;
- 2 milhões (R$ 10,9 milhões) pela vitória sobre o Al Ahly;
- 1 milhão (R$ 5,5 milhões) pelo empate com o Inter Miami;
- 7,5 milhões de dólares (R$ 41,1 milhões) pela classificação às oitavas de final;
- 13,1 milhões de dólares (R$ 71 milhões) pela classificação às quartas de final.
Total: US$ 39,8 milhões (cerca de R$ 216 milhões).
O desempenho financeiro dos clubes brasileiros no Mundial de Clubes, especialmente do Fluminense, demonstra o crescimento e a força do futebol nacional no cenário internacional. É essencial, no entanto, que os clubes se preparem para lidar com as consequências tributárias e administrativas resultantes dessa premiação, garantindo que seus recursos sejam otimizados para futuros investimentos e competições.