Brasil, 9 de julho de 2025
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Gabriel Galípolo critica necessidade de escrever segunda carta por inflação fora da meta

Presidente do Banco Central expressa desconforto com o sistema de notificações por descumprimento da meta de inflação

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, manifestou nesta quarta-feira (9) seu incômodo com a obrigatoriedade de escrever a segunda carta consecutiva justificando o descumprimento da meta de inflação. Segundo ele, a exigência legal causa desconforto na equipe do Comitê de Política Monetária (Copom), que já precisa comunicar o Banco Central duas vezes em menos de seis meses por causa do índice.

Críticas à rigidez do sistema de metas de inflação

De acordo com Galípolo, o sistema atual, que exige uma carta explicativa sempre que a inflação ultrapassa o limite máximo da meta por seis meses consecutivos, tem gerado dificuldades para a condução da política monetária. Nesta quinta-feira, o IBGE divulgará o IPCA de junho, e, caso o índice supere o teto da meta (4,5%) pelo sexto mês seguido, a obrigação de emitir uma nova carta será reafirmada. A regra, criada em janeiro, força o BC a explicar à sociedade o que está sendo feito diante do não cumprimento.

Taxa de juros elevada e críticas ao ajuste monetário

Galípolo comentou também sobre as críticas à taxa de juros, fixada em 15% ao ano, e reforçou que a meta de inflação, que é de 3%, é inegociável. Ele destacou que a cobrança por parte de alguns setores para flexibilizar o cumprimento da meta não deve prosperar. “A meta não é uma sugestão, ela é uma obrigação”, afirmou, ressaltando que o papel do Banco Central é atuar com a taxa de juros suficiente para fazer a inflação convergir para o centro da meta dentro do horizonte de tempo adequado.

A importância da credibilidade na política monetária

O presidente também defendeu a manutenção da credibilidade das ações do BC e da moeda brasileira, afirmando que qualquer flexibilização nessa política pode sinalizar ao mercado que o país aceita uma moeda com maior perda de valor ao longo do tempo. “Qualquer sinal de que estamos confortáveis com uma moeda desvalorizada prejudica a confiança e a estabilidade econômica”, ressaltou Galípolo.

Perspectivas futuras e reflexões

Com a próxima divulgação do IPCA, a expectativa é de que o Banco Central continue diante de pressão para ajustar sua política, enquanto mantém o compromisso com a meta de inflação e a estabilidade da moeda. A insistência na rigidez do sistema evidencia o esforço do BC em preservar a credibilidade e consolidar a autoridade da política monetária no Brasil.

Mais detalhes sobre as declarações de Galípolo podem ser acompanhados na reportagem do O Globo.

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