Negociadores da União Europeia estão em etapa avançada de negociações para um acordo comercial com os Estados Unidos, que deve resultar em tarifas mais altas do que as acordadas com o Reino Unido, segundo informações do Financial Times nesta quarta-feira. Em maio, os EUA impuseram uma tarifa de 10% sobre produtos britânicos importados, enquanto a Inglaterra aplicou uma taxa de 1,8%.
Previsões e prazos para o acordo entre UE e EUA
A União Europeia espera concluir as negociações “nos próximos dias”, antes do prazo final de 1º de agosto, afirmou um porta-voz comercial da Comissão Europeia, segundo a AFP. O representante europeu, Olof Gill, destacou que os Estados Unidos “mudaram a data limite para finalizar acordos com os países parceiros para 1º de agosto”, embora o objetivo seja negociar antes dessa data.
De acordo com o porta-voz, o presidente americano Donald Trump estabeleceu o dia 1º de agosto como o limite para que outros países cheguem a um entendimento com Washington, sob pena de aplicação de tarifas elevadas. Assim, o bloco europeu tem pouco tempo para evitar a implementação de tarifas mútuas no comércio transatlântico, com a UE buscando manter contato constante com autoridades norte-americanas, conforme informou Maros Sefcovic, comissário europeu do Comércio.
Impactos potenciais e cenário de negociações
Se as negociações não chegarem a um consenso, a União Europeia planeja impor tarifas sobre produtos americanos no valor de 100 bilhões de euros, como forma de resistência às tarifas de Washington. Sefcovic já conversou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e deve se reunir nesta quarta-feira com o Alto Representante de Comércio do bloco, Jamieson Greer, evidenciando o esforço de diálogo.
Especialistas indicam que o acordo pode incluir proteção a setores específicos, como a Airbus, enquanto a Ferrari deve ser excluída das novas condições comerciais, conforme análise publicada pelo GLOBO.
Perspectivas e desafios finais
Embora haja um esforço para um entendimento rápido, o cenário permanece incerto, com negociações intensas para evitar tarifas elevadas e manter o fluxo de comércio entre UE e EUA. A conclusão do acordo é vista como decisiva para evitar uma escalada protecionista no comércio transatlântico, além de definir as condições para futuras trocas comerciais entre as duas potências.