As ações militares de Israel e dos Estados Unidos contra o Irã fortaleceram a percepção de um regime enfraquecido e isolado, que agora demonstra disposição para negociações. Entretanto, uma abordagem que não inclua abertura para reformas políticas profundas dificilmente trará avanços sustentáveis na relação com o país e na contenção de suas atividades malignas.
As limitações das políticas de isolamento e pressão máxima
Décadas de estratégias que visaram apenas desmontar o poder militar e nuclear do Irã, como a Operação Rising Lion e os bombardeios por parte dos EUA, revelaram-se infrutíferas. Mesmo sem armas nucleares, o regime mantém influência através de centros islâmicos, universidades e organizações que radicalizam comunidades globalmente. As ações de represália, como execuções e detenções, garantem que a opressão interna continue, independentemente das sanções internacionais.
O desejo de paz da sociedade iraniana
Apesar de grande repressão, há uma inquietação crescente dentro do próprio país. Movimentos como Woman, Life, Freedom revelam o anseio por reformas e liberdade. Contudo, o governo iraniano manipula as eleições, criminaliza a oposição e reprime manifestações pacíficas, mantendo a narrativa de hostilidade ao Ocidente como estratégia de legitimação do regime.
A oportunidade de mudança real na postura internacional
O enfraquecimento político e econômico do Irã oferece uma janela de oportunidade para o diálogo que privilegie os direitos civis e políticos da sociedade iraniana. Para isso, é fundamental que qualquer acordo inclua garantias vinculantes de liberdade religiosa, associação e expressão, além de condições para a libertação de presos políticos e a revogação de leis que impedem a participação plena da sociedade na política.
Condições para a retomada do diálogo
O alívio de sanções econômicas deve estar condicionado a passos concretos, como a libertação de presos políticos, o fim da criminalização de dissidentes e a reformulação de instituições que limitam a participação democrática. Essas ações seriam sinais de comprometimento real do Irã com uma mudança de postura e poderiam criar uma base mais sólida para uma paz duradoura na região.
Perspectivas futuras
O momento exige uma abordagem equilibrada, que combine pressão internacional com incentivos para reformas internas. Somente assim será possível promover uma transformação que fortaleça a sociedade civil iraniana e limite as ações que ameaçam a estabilidade regional e global.