Durante coletiva na Casa Branca nesta terça-feira (8), Donald Trump voltou a criticar os países do grupo Brics, afirmando que aplicarão tarifas de 10% se tentarem substituir o dólar como moeda global. O grupo inclui Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã.
ameaças de tarifas e controle do dólar
Trump declarou que o grupo de países busca destruir o domínio do dólar, mas afirmou que “pagarão um alto preço” se insistirem na tentativa. “Se eles quiserem jogar esse jogo, tudo bem. Mas eu também sei jogar”, disse o presidente dos Estados Unidos. Segundo ele, os EUA vão trabalhar para assegurar que o dólar continue sendo a moeda de referência mundial.
O presidente norte-americano afirmou que o Brics não representa uma ameaça “séria”, mas reforçou sua preocupação com a possível substituição do dólar. Em novembro do ano passado, Trump já havia exigido que o grupo se comprometesse a não criar uma moeda alternativa sob pena de tarifas de 100%.
Reações do Brasil e do presidente Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às ameaças de Trump em uma coletiva nesta manhã, após encontro com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Lula afirmou que o Brasil é uma nação soberana e que não aceita “nenhuma reclamação” sobre o grupo Brics.
Sobre a proposta de Trump de aplicar uma tarifa de 10% às exportações de países que se alinhem ao grupo, Lula reforçou a posição de que o Brasil deve preservar sua autonomia econômica. “Somos uma nação soberana e seguimos nossos interesses”, declarou o presidente brasileiro.
Tarifas recíprocas e tarifas setoriais
Trump confirmou que o prazo para a entrada em vigor das tarifas recíprocas é 1º de agosto. As tarifas afetarão importações de países que não firmarem acordos comerciais com os EUA. Além disso, anunciou que planeja aplicar uma tarifa de 50% sobre o cobre e tarifas de até 200% sobre medicamentos importados, dando um período de adaptação para as farmacêuticas.
Segundo o líder norte-americano, as tarifas sinalizam uma postura protecionista, buscando fortalecer a economia doméstica. Trump também criticou o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e afirmou que ele deveria “renunciar imediatamente” caso as alegações de engano nas reformas da instituição sejam confirmadas.
Impactos econômicos e futuros movimentos
Especialistas avaliam as ameaças de Trump como uma tentativa de pressionar o grupo do Brics e fortalecer a moeda norte-americana. Analistas alertam que as tarifas podem impactar negativamente as cadeias de comércio globais, aumentando custos para empresas e consumidores.
Autoridades do Brasil ainda não se pronunciaram formalmente acerca das tarifas propostas, mas a postura de Lula indica resistência às tentativas de interferência externa na soberania econômica do país.
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