O famoso empresário do hip-hop, Sean “Diddy” Combs, foi considerado culpado nesta semana por dois dos cinco crimes que enfrentava em um tribunal federal de Nova York. Apesar da condenação, ele foi absolvido das acusações mais sérias, incluindo conspiração de extorsão e tráfico sexual por força, fraude ou coerção.
Júri encontra Combs culpado por transporte para prostituição
Após semanas de julgamento, o júri condenou Combs por dois delitos relacionados ao transporte de suas ex-parceiras e trabalhadores sexuais pagos para atividades de prostituição, violando a Lei Mann, que regula o tráfico de pessoas. As vítimas, Casandra “Cassie” Ventura e uma mulher identificada como Jane, testemunharam que o empresário forçou-as a participar de encontros sexuais com trabalhadores masculinos, frequentemente drogatando-as para que permanecessem acordadas durante os “freak-offs”.
Combs pode pegar até 20 anos de prisão por esses crimes. O empresário rejeitou um acordo de delação antes do julgamento e optou por não testemunhar durante o processo. Seus advogados contestaram algumas acusações, solicitando várias ações de nulidade do julgamento por suposto abuso de autoridade por parte do Ministério Público.
Acusações mais graves são descartadas
Por outro lado, o empresário foi considerado inocente e saiu sem condenação nas acusações de conspiração para cometer extorsão (racketeering) e tráfico sexual por força, fraude ou coerção. Essas eram as acusações mais graves, que poderiam resultar em sentenças de até duas décadas de prisão cada.
Testemunhos reveladores e provas impactantes
O julgamento, que durou várias semanas, foi marcado por depoimentos dramáticos de 34 testemunhas, incluindo ex-parceiras, funcionários, agentes da polícia e celebridades, como Dawn Richard, ex-colega de banda de Combs, e Kid Cudi, que testemunharam sobre a violência e retaliações relacionadas ao empresário.
Casandra Ventura, antiga namorada de Combs, relatou que foi forçada a participar de sessões sexuais com homens pagos, muitas vezes sob efeito de drogas, enquanto Combs a observava. Ela também revelou que seu próprio sequestro, agressões e chantagens fazia parte de uma rotina de abuso de poder. Além dela, uma testemunha chamada Daniel Phillip afirmou ter recebido pagamento por encontros sexuais com Combs.
Repercussões e impacto na carreira
Apesar da decisão da justiça, Combs continua enfrentando várias ações civis por alegações de abuso sexual e agressões. A condenação por transporte para prostituição é vista por especialistas como um passo importante na luta contra o poder desmedido de figuras públicas no universo do entretenimento e da música.
A advogada de Ventura, Douglas H. Wigdor, afirmou em nota que “ela demonstrou coragem ao testemunhar e deixou uma marca na luta por justiça”, destacando que o caso evidencia a necessidade de mudanças na cultura de impunidade que, segundo ele, persiste há décadas.
Próximos passos e consequências
Com a sentença, Combs poderá ser sentenciado a uma pena de até duas décadas de prisão, dependendo da avaliação final do juiz. Ainda não há confirmação de quando ele será formalmente condenado ou se recorrerá da decisão. O empresário, por sua vez, rejeitou um acordo de delação e afirma manter a inocência em relação às acusações mais graves.
Este processo reforça a importância de se combater o abuso de poder na indústria do entretenimento e de apoiar vítimas de assédio sexual e tráfico de pessoas, principalmente em contextos de alta exposição pública.
Mais detalhes sobre o caso podem ser acompanhados em reportagem da HuffPost.