A deputada estadounidense Marjorie Taylor Greene (R-Ga.) anunciou a elaboração de um projeto de lei que criminalizaria a manipulação do clima, uma proposta que tem causado impacto e espanto entre meteorologistas e cientistas do clima. Segundo Greene, a legislação, que ela compara à Lei do Senado da Flórida 56, teria como objetivo acabar com práticas de geoengenharia e modificação do clima.
Greene afirma que a legislação criminalizará a modificação do clima
Em uma declaração pública, Greene afirmou: “Será uma infracção de delito grave. Tenho pesquisado sobre modificação do clima e trabalhado com assessores legislativos há meses para redigir esta proposta.” A congressista acrescentou que a iniciativa visa interromper o que ela chama de “prática perigosa e mortal” de manipulação atmosférica.
Apesar de a deputada não mencionar casos específicos, a proposta parece fazer referência às recentes enchentes devastadoras na Texas Central, que deixaram pelo menos 66 mortos, conforme informações da CBS News. As enchentes ocorreram na sexta-feira passada, após fortes chuvas na região central do estado.
Conspirações sobre o clima e a ciência por trás delas
Teorias da conspiração e chemtrails
De longa data, teorias conspiratórias alegam que o governo ou organizações ocultas manipulam o clima soltando produtos químicos na atmosfera, formando rastros brancos no céu conhecidos como chemtrails. Porém, órgãos oficiais como a Agência de Proteção Ambiental (EPA) esclarecem que esses rastros são simplesmente pegadas de condensação, formadas quando gases de escape de aviões entram em contato com o ar frio em altas altitudes.
A prática de semeadura de nuvens, que consiste em estimular a formação de chuva ou neve ao adicionar partículas microscópicas ao ar, também alimenta narrativas de manipulação atmosférica. Apesar do interesse popular, cientistas afirmam que tais técnicas são limitadas e controladas, sem evidências de uso para controle climático em grande escala.
Reações e o impacto da proposta
Meteorologistas e especialistas em clima têm se mostrado perplexos com a proposta de Greene, considerando-a infundada e perigosa. “Não há nenhuma base científica que apoie a ideia de uma intervenção deliberada no clima de forma a afetar o ambiente de maneira criminosa,” afirmou o meteorologista Carlos Silva, da Universidade de São Paulo.
Analistas alertam que, além de ser baseada em teorias não comprovadas, a proposta pode desviar o foco de ações reais contra mudanças climáticas. “Precisamos de políticas baseadas em ciência, não de leis que criminalizam práticas naturais ou ainda mal compreendidas,” conclui Silva.
Perspectivas futuras
Embora ainda esteja na fase inicial, o projeto de Greene suscita debates sobre a influência de teorias conspiratórias nas ações legislativas. Especialistas reforçam a importância de ignorar abordagens infundadas e concentrar esforços no enfrentamento às mudanças climáticas através de ações baseadas em evidências científicas.
