Brasil, 8 de julho de 2025
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O empobrecimento da população palestina e suas consequências

A situação econômica na Palestina se agrava, resultando em empobrecimento extremo e altas taxas de desemprego.

Nos últimos meses, a Palestina tem enfrentado um empobrecimento acelerado, consequência direta dos conflitos armados e das restrições econômicas impostas pela ocupação. Tanto na Faixa de Gaza quanto na Cisjordânia, a população luta por seu sustento diário, enfrentando uma realidade que se torna cada vez mais alarmante.

Uma guerra silenciosa pela sobrevivência

Além do amplo impacto dos conflitos armados, que se manifestam em bombardeios e ataques, existe uma guerra menos visível, mas igualmente devastadora: a guerra da pobreza. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, a porcentagem de desemprego chegou a 35% na Cisjordânia após o fechamento das autorizações de trabalho em Israel, situação que se agravou ainda mais desde 7 de outubro de 2023. A migração interna forçada de quase 90% da população de Gaza exemplifica a crise humanitária que atinge toda a região.

Com a economia em colapso, trabalhadores palestinos têm encontrado enormes dificuldades para cruzar a barreira de separação, impossibilitando-os de atuar nos setores da construção e agricultura em Israel, onde tradicionalmente muitos deles encontravam emprego. As empresas israelenses também enfrentam sérias dificuldades, como bloqueio de canteiros de obra e colheitas não realizadas, refletindo a interdependência entre as economias palestina e israelense.

Impacto na economia e na vida cotidiana

A situação econômica é alarmante. O PIB nos territórios ocupados caiu em 27% no último ano, alcançando os níveis mais baixos desde há quinze anos. Os salários perdidos devido ao fechamento das fronteiras e das autorizações de trabalho são estimados em cerca de 3 bilhões de dólares, afetando diretamente o consumo básico da população. Com a inflação disparando, o poder de compra da população se desintegra, e muitos se endividam apenas para garantir o essencial.

A Autoridade Nacional Palestina (ANP), que também enfrenta severas limitações em sua capacidade de arrecadação, viu suas receitas tributárias significativamente reduzidas. Com um retorno fiscal de apenas 4,4 bilhões de shekels, a ANP não consegue cobrir suas despesas públicas, que totalizam 6,1 bilhões. Isso resulta em uma paralisia econômica que compromete ainda mais a geração de empregos.

O cenário em Jerusalém Oriental

A situação dos palestinos em Jerusalém Oriental reflete as contradições e desafios que permeiam a vida na Palestina. O setor de comércio e turismo da cidade, que já foi vibrante, está em declínio acentuado. Com a taxa de ocupação hoteleira caindo para menos de 9% em comparação com o ano passado, muitas empresas estão à beira da falência, resultando em perda de emprego e queda na qualidade de vida.

O fechamento de importantes instituições e abrigos para peregrinos tem agudizado essa crise. Estima-se que cerca de 80% das empresas da Cidade Velha não estão conseguindo sobreviver desde o último ano. Em um contexto em que o trabalho informal se intensificou, muitos palestinos são obrigados a realizar atividades “ilegais”, expostos a riscos e sem garantias de segurança no trabalho.

A busca por soluções e um futuro incerto

O mediador e pacifista israelense Gershon Baskin adverte que a segurança de Israel é diretamente afetada pela pobreza da população palestina. Ele defende a readmissão dos trabalhadores palestinos no mercado de trabalho em Israel como um passo crucial para a estabilidade e paz regional. Segundo Baskin, manter os palestinos afastados do emprego e numa situação de miséria gera riscos muito mais sérios para a segurança do que permitir a reintegração no mercado de trabalho.

A batalha pela sobrevivência dos palestinos na região vai além do que está visível no campo de batalha; ela se manifesta nas esferas econômica e social, com efeitos a longo prazo sobre a vida da população. Com cada vez mais pessoas enfrentando a escassez de recursos e oportunidades, o futuro da Palestina permanece incerto e sombrio, exigindo a atenção e solidariedade da comunidade internacional.

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